O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Luís Antônio Boudens, elogiou a escolha do secretário de Estado de Controle e Transparência do Espírito Santo, Eugênio Ricas, para ocupar a Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Dicor) da Polícia Federal, divisão responsável por comandar as operações criminais da corporação, incluindo a Lava Jato.
Para ele, a indicação de Ricas indica que o novo diretor-geral da PF, delegado Fernando Segóvia, vai compor uma diretoria de “perfil mais operacional e voltada para a aplicação de políticas públicas” no âmbito da Polícia Federal.
“O diretor-geral tem optado por pessoas que já ocuparam cargos públicos fora da PF, em diferentes governos, caso, por exemplo, do delegado federal e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal [2011/2014], Sandro Avelar, cotado para a Secretaria-Executiva da corporação, segundo cargo mais importante da corporação”, afirmou Boudens.
Para o presidente da Fenapef, que já trabalhou próximo ao delegado federal Eugênio Ricas em Minas Gerais, o secretário vinha fazendo um bom trabalho à frente da secretaria capixaba de Controle e Transparência – fato que, além da experiência anterior como homem de confiança de Segóvia, considera ter contado para que fosse lembrado para compor o chamado núcleo da PF.
“Além disso, o Ricas é um nome integrado [aceito] a todas as carreiras da corporação. E o diretor-geral (Fernando Segóvia) parece primar por pessoas que têm mais acesso às diversas categorias e setores, pessoas que já tiveram experiência em gestão pública, que já atuaram em órgãos de estado ligados à segurança pública”, finalizou Boudens.
ADPF parabeniza novo -diretor geral pela escolha da equipe
Nesta terça-feira (14/11), a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) divulgou nota em que parabeniza o novo diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, pela escolha dos delegados federais Sandro Avelar, Eugênio Ricas e Cláudio Gomes para ocupar os principais postos de direção da instituição.
“Os Delegados de Policia Federal, representados pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), cumprimentam e parabenizam o Diretor-Geral da Polícia Federal, Dr. Fernando Segóvia, pela escolha dos Delegados Federais Sandro Avelar, Eugenio Riccas e Cláudio Gomes para ocupar os principais postos de direção da instituição.
Os indicados são Delegados Federais experientes, com destacadas e prestigiadas carreiras na Polícia Federal e contam com a confiança de seus pares.
As escolhas do Delegado Federal Sandro Avelar, para vice-diretor, do Delegado Federal Eugênio Riccas para diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado e do Delegado Federal Cláudio Gomes para comandar a diretoria de Inteligência, reafirmam o compromisso da instituição Polícia Federal com o enfrentamento do crime organizado e do combate à corrupção”.
Na segunda-feira (13/11), em Vitória, o novo diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, oficializou o convite para Eugênio Ricas assumir a Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Dicor). Nomeado pelo presidente Michel Temer na semana passada, Segóvia deve assumir oficialmente nos próximos dias, mas, desde a semana passada, ele vem participando de reuniões para compor sua futura equipe.
Já Eugênio Ricas substituirá Maurício Leite Valeixo na Dicor. Além de investigações criminais contra a ordem econômica e o sistema financeiro nacional, ele responderá também pela apuração de crimes contra o meio ambiente, patrimônio histórico, direitos humanos, comunidades indígenas e contra a ordem política e social. Também estarão sob sua responsabilidade a coordenação das ações de combate ao tráfico de drogas e armas; o contrabando e a lavagem de ativos.
“Será a mais desafiadora missão da minha vida”, disse Ricas durante entrevista à imprensa. “Amo o trabalho que está sendo desenvolvido na Secretaria de Controle e Transparência, já que acredito que a prevenção é a solução para muitos problemas, inclusive para evitar a corrupção, mas acho que chegou o momento de trabalhar em outra área. Todos sabemos o momento que o país vive, um momento no qual a PF tem atuado muito. Será um desafio fazer com que ela continue atuando, de forma responsável, e ampliar as ações de combate não só à corrupção, mas também ao tráfico de drogas e armas”, disse Ricas.
Segóvia e Ricas trabalharam juntos entre 2009 e 2011, quando o primeiro era superintendente Regional da PF no Maranhão e Ricas seu auxiliar direto. Mineiro, formado em Direito e pós-graduado em Ciências Criminais e em Inteligência de Segurança Pública, Eugênio Ricas é delegado federal de carreira, já tendo atuado também em Mato Grosso, Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais. Ele foi também secretária de Justiça do Espírito Santo – no governo Renato Casagrande – antes de assumir a Secretaria de Controle e Transparência.
Durante a entrevista, o diretor-geral da PF comentou que a escolha de Ricas foi bem recebida entre os servidores da corporação. “É um novo momento da administração e sei da grandiosidade do trabalho a ser feito. E o doutor Eugênio tem todas as condições necessárias para assumir este cargo e conduzir todas as investigações de grande prioridade para o país, como a Lava Jato e outras de combate à corrupção”.
Hartung fala em liberar Ricas, mas o delegado federal é que foi liberado para ajudar o Espírito Santo a pedido do ex-governador Casagrande
Com fisionomia bastante (embora humorado na coletiva), o governador Paulo Hartung destacou que, durante a reunião, além da “liberação” do secretário Eugênio Ricas para retornar ao quadro da Polícia Federal, foram discutidas políticas públicas permanentes para realização de ações integradas entre os Estados e a União.
Na verdade, o governador Hartung não está liberando ninguém, pois Ricas é delegado federal de carreira. Ele, na verdade, é que foi liberado para o Estado do Espírito Santo desde 2013 a pedido do então governador Renato Casagrande (PSB) para ser subsecretário da Justiça, na gestão de Sérgio Pereira Alves, e posteriormente acabou assumindo a titularidade da Pasta com a saída do primeiro, que é promotor de Justiça.
“É importante essa aproximação da Polícia Federal com as forças de segurança do Espírito Santo. A atuação do Eugênio é exemplo deste diálogo. Estamos liberando nosso secretário para que ele assuma essa importante missão para o País. O sentimento é o mesmo quando o ministro da Fazenda precisou da nossa secretária da Fazenda, Ana Paula Vescovi, e o ministro dos transportes precisou nosso diretor do DER, Halpher Luiggi. O sentimento é de auxiliar. Eugênio Ricas teve uma passagem exemplar pelo Estado e, agora, vai assumir uma missão para o País”, destacou Hartung.
Segóvia agradeceu ao governador por “liberar” o secretário para participar desse novo momento na administração da Polícia Federal.
“Sei da grandiosidade do trabalho que terá de ser feito e tenho certeza que o doutor Eugênio será fundamental para a segurança pública desse País. Ele sabe que tem todas as condições para assumir esse cargo. Tem preparo técnico e formação moral, porque vai conduzir todas as investigações de grande prioridade no País: combate à corrupção, a questão da Lava Jato e tantas outras operações importantes para a população brasileira no combate à corrupção. Ele será um pilar fundamental na nova administração”, afirmou Segóvia.
O diretor-geral da PF acrescentou que a aprovação do nome de Ricas foi unânime na Polícia Federal, de Norte a Sul. “Tenho certeza que tomamos o caminho certo e será muito bom para o País.”
(Com informações também dos portais Secom/ES e Agência Brasil)