Depois de ter criado o Policiamento Eletrônico, agora Vila Velha lança outra inovação na conturbada área de segurança pública da Grande Vitória: trata-se da Guarda Municipal Pacificadora. Os agentes começarão o curso de formação a partir da segunda quinzena de outubro. Aprovados em concurso público, eles são homens e mulheres que serão treinados para atuarem nos diversos bairros do município.
Terão ensinamentos diversos, sobretudo, de como se pratica o modelo comunitário de segurança pública. Vão para as ruas trabalhar no mais moderno conceito de policiamento interativo, conforme tem recomendado o Ministério da Justiça, através do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci).
Enquanto os futuros agentes vivem na expectativa de iniciar logo o curso de formação, seus coordenadores já estão trabalhando a todo vapor. Também são homens e mulheres responsáveis por realizar uma nova revolução na segurança pública de Vila Velha, como é o deseja do prefeito Neucimar Fraga e do secretário Municipal de Segurança Pública e Defesa Social, Ledir Porto.
A formação e prepara técnico deles está sendo executado pelo professor e coronel da reserva da Polícia Militar Júlio Cezar Costa, que atua como secretário-adjunto na Pasta de Ledir Porto. Júlio Cezar foi um dos oficiais responsáveis pela primeira revolução na segurança pública do Brasil, quando foi criado, nos anos 90, a Polícia Interativa no município de Guaçuí, onde ele atuava como capitão, na Companhia subordinada ao 3º Batalhão da PM (Alegre). O modelo se espalhou pelo Brasil afora e até no exterior, caso real da Costa Rica.
A Guarda Municipal de Vila Velha já tem todo sua estrutura definida. O corregedor geral da Guarda é Marcos Daniel Vasconcelos Coutinho, enquanto o ouvidor é Jobson Meirelles de Abreu. Coordenando todo o grupo está Karideny Modenesi, que é a secretária Executiva da Guarda Municipal.
Além dos três, compõem ainda o staf da Guarda, Kamyla Pratti, a coordenadora de Formação e Ensino; a advogada Renata Barboza Barros, assessora Jurídica da Guarda; Ricardo Serrano, coordenador de Proteção Comunitária; e o professor universitário Nízio do Bem, coordenador de Inteligência.
A princípio, a formação da Guarda Municipal se iniciará na segunda quinzena de outubro, com duração de três meses e um mês de estágio nas ruas.
Os futuros agentes serão formados para trabalhar de forma preventiva e próxima da comunidade, baseando-se nas expectativas e necessidades da sociedade. “Ou seja, prestando socorro, dando assistência e proteção à sociedade”, diz a coordenadora de Formação e Ensino da Guarda, Kamyla Pratti.
Algumas disciplinas a serem oferecidas aos agentes são de aspecto cognitivo: Sistema de Segurança Pública no Brasil; Fundamentos de Gestão Pública; Análise de Cenários e Riscos; Direitos Humanos; Prevenção, Mediação e Resolução de Conflitos; Gerenciamento Integrado de Crises e Desastres; Relações Humanas; Sistemas Informatizados; Ética e Cidadania e outras.
Já as disciplinas de competência operativa são: Manusear armas de baixa letalidade e letais; Técnicas de Abordagem; Autodefesa; Primeiros socorros; Técnicas de Negociação, Resolução de Conflitos e Incidentes, dentre outras.
Os Executivos da Guarda Municipal não acreditam que terão dificuldade em incutir na cabeça dos futuros agentes os ensinamentos do modelo de Policiamento Comunitário-Interativo:
“Acredito que implantar o modelo interativo dentro de uma instituição que já existe pode parecer um pouco mais difícil. Já a Guarda Municipal de Vila Velha vai nascer dentro de uma doutrina comunitária/interativo”, diz o corregedor Marcos Daniel.
“Nossa intenção é criar uma Guarda diferente; é termos uma Guarda do “antes e não do depois”, completa Nízio do Bem, para acrescentar que a Guarda Municipal de Vila Velha, que está sendo chamada de pacificadora atuará sempre em parceria complementar às Forças de segurança do Estado, como forma de ajudar a Polícia Militar a cuidar de outras missões mais graves, enquanto a Guarda procurará resolver conflitos de menor potencial ofensivo.
Os Executivos da Guarda estão recebendo diversas palestras sobre o tema, e visitando todas as instituições que atuam no sistema de segurança pública, órgãos de imprensa da Capital, Guardas Municipais e em breve uma comitiva irá visitar as UPPs na cidade do Rio de Janeiro.
Como este Blog informou em primeira mão, Vila Velha será o primeiro município capixaba a ter sua Unidade da Guarda Pacificadora. E serão logo duas de vez. Assim que os 120 agentes já estiverem aptos para trabalhar nas ruas, serão instaladas UGPs em Santa Rita e na Grande Terra Vermelha, por serem, hoje, os bairros considerados de maior índice de violência do município.