Eles superam as adversidades e demonstram todos os dias o comprometimento do policial civil com a sociedade capixaba. Na quarta-feira (15/06), os policiais da (Superintendência de Polícia Prisional (SPP) prenderam um médico condenado pela Justiça em 2003. Mesmo com um número mínimo de policiais, a SPP, que tem a frente o competente delegado Júlio César de Oliveira, colocou atrás das grades seis mil pessoas com mandado de prisão em aberto no ano passado.
Foram 13 anos de espera. O médico Sérgio Brandolini foi condenado pela acusação de atentado violento ao pudor a oito anos e seis meses de prisão. Ele foi denunciado pelo Ministério Público Estadual pela prática de abuso de um garoto de 12 anos em um consultório. Só que Brandolini continuava atuando normalmente em uma unidade de saúde de Cariacica. Ele foi preso por policiais do Grupo de Captura (Polinter) da SPP em casa, na Praia do Morro, em Guarapari, na quarta-feira (15).
A prisão tardia do médico é mais um exemplo da importância de se aumentar o efetivo da Polícia Civil capixaba, um pedido antigo da diretoria do Sindicato dos Servidores Policiais Civis do Estado do Espírito Santo (Sindipol), que briga pela inclusão de 55 investigadores aprovados no concurso de 1993. Esses investigadores receberam treinamento na Academia de Polícia (Acadepol), mas até hoje não foram nomeados. Veja o ofício enviado ao Governo do Estado do Espírito Santo.
SPP: Muito trabalho e baixo efetivo
A prisão do médico em Guarapari foi feita por policiais da Polinter, que é uma delegacia da Superintendência de Polícia Prisional (SPP). Os policiais civis da SPP são divididos em equipes: Inteligência da PC/ES, Busca e Captura e Escolta de Presos. Apesar da grande demanda e das varias atribuições, hoje a SPP conta com apenas 36 policiais civis.
São esses 36 policiais da SPP e da Polinter que recebem e protocolam mandados judiciais, cadastram os pedidos da Justiça no sistema da PC/ES, atualizam a situação dos mandados e dão baixa nos mandados prescritos, sem validade, além de recolherem diariamente todos os presos dos Departamentos de Polícia Judiciária da Região Metropolitana de Vitória (DPJS). Eles também cumprem cartas precatórias.
Mesmo com tantas tarefas e com um quadro reduzido de profissionais, a SPP cumpre em média três mandados de prisão por dia. Em 2015, seis mil pessoas com mandados de prisão em aberto foram recapturadas e presas pelos policiais da SPP dentro e fora do Espírito Santo.
Defasagem no quadro de policiais supera 30%
O levantamento foi feito pelo Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo. Com base nos números atualizados da PC/ES, o Estado tem uma defasagem de 1.428 policiais civis. Isso equivale a quase 38%.
Nos primeiros meses de 2016, durante as inspeções sindicais nas delegacias distritais da Grande Vitória, a diretoria do Sindipol/ES já havia constatado o problema. Algumas delegacias estão funcionando com apenas seis policiais, quando, de acordo com a lei, deveriam ter 30.
O Sindipol vem cobrando a demanda junto ao Governo do Estado por meio de encaminhamento de ofícios e reuniões para encontrar uma solução para o problema, apesar de reconhecer as dificuldades econômicas do País.
“A prisão do médico só fortalece nosso pedido. Temos que aumentar o efetivo da Polícia Civil. O quadro de profissionais ainda é o mesmo da década de 90 e não acompanhou o avanço da população e o desenvolvimento do Estado. Os policiais da SPP são guerreiros que superam dificuldades diariamente, principalmente pela falta de efetivo. Por isso, o Sindipol/ ES entende que os resultados obtidos pela SPP são excelentes. Parabenizamos esses policiais”, destacou Jorge Emílio Leal, presidente do Sindipol/ES.