O comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar (Vila Velha) do Espírito Santo, tenente-coronel Laurismar Tomazeli, encontrou um método nada convencional para dar “acompanhamento de recuperação” dos militares (oficiais e praças) lotados na unidade que estejam de licença médica para cuidar da saúde.Em vez de enviar ao local uma equipe de enfermeiros ou médicos da Diretoria de Saúde da PM, o tenente-coronel Tomazeli desloca à residência do militar adoentado agentes do Serviço Reservado de Informação (P2) e do Cartório da Corregedoria de seu Batalhão para checar o estado de saúde do policial e constatar suas necessidades.
Os agentes (oficiais e praças) da P/2 são responsáveis pelas investigações secretas (por isso,eles trabalham sem farda e andam em veículos descaracterizados) de fatos, que ainda poderão ocorrer, que ajudam os demais oficiais da unidade a elaborar um policiamento preventivo. Atualmente, a P/2, em tese, sequer tem mais atribuição de investigar policiais envolvidos em crimes; esta atribuição passou para a Corregedoria Geral da PM, que possui um setor em cada Batalhão.
O Memorando número 154/2014/P-3/4º BPM, de 29 de dezembro do ano passado, ao qual o Blog do Elimar Côrtes teve acesso com exclusividade, apresenta instruções aos Comandantes de Policiamento de Unidades (CPU’s) e Supervisores da Patrulha da Comunidade a respeito de “dispensas médicas de “Instrução e serviço” e “Convalescência residência”, que deverão ser observadas, e cumpridas, da seguinte forma:
Dispensa Instrução e Serviço: O ME (Militar Estadual) deverá cumprir a devida dispensa na sede do BPM;
Observações: O ME que for dispensado do serviço noturno deverá se apresentar para cumprimento de expediente no dia seguinte ao término da dispensa;
Dispensa Convalescência em Residência: O ME deverá informar previamente ao comandante de Companhia o endereço de residência própria onde cumprirá a dispensa/repouso médico. Visando o devido acompanhamento de recuperação do ME, equipes da P/2 e SPAJM (Seção de Polícia Administrativa e Judiciária Militar) realizarão visitas no local informado para verificar o estado de saúde do ME adoentado, bem como verificar suas necessidades e se carece de apoio por parte da PMES.
Oficiais e praças informam ainda que, por ordem, do comandante Tomazeli, apenas uma escola particular de Vila Velha – a São José, que fica no Centro – recebe policiamento duas vezes por dia: das 6h50 às 7h20 e das 11h40 às 13 horas. Por lá, uma guarnição (que passa a fazer Ponto Base) tem que passar de segunda a sexta-feira. No intervalo desses horários, a guarnição faz policiamento (do tipo patrulhamento) em outras ruas do Centro. Tamanha preocupação, segundo praças e oficiais, se deve ao fato de que os filhos de Tomazeli estudam no tradicional Colégio São José:
“A 2ª tenente, esposa do coronel Tomazeli, é quem vai levar e buscar os filhos todos os dias. Um dia desses ela foi abordada por uma outra mãe de aluno porque estava fardada”, comentou um policial, com quem o Blog do Elimar Côrtes teve contato nos últimos dias. “A mãe não gostou de ver uma policial fardada no colégio, mas gosta que a polícia faça patrulhamento na porta da escola”.
Na terça-feira (16/06), o Blog do Elimar Côrtes publicou outras queixas e reclamações de praças e oficiais lotados do 4º BPM a respeito de seu comandante, o tenente-coronel Laurismar Tomazeli. Veja o link https://elimarcortes.com.br/2015/06/oficiais-e-pracas-reclamam-de.html
A promotora de Justiça Militar Karla Sandoval foi ao Quartel do Comando Geral na quarta-feira (17/06) conversar com o comandante-geral da PM, coronel Marcos Antônio Souza do Nascimento, a fim de solicitar que a PM tome providências em relação a possíveis irregularidades no âmbito do Batalhão de Vila Velha.