O secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, André Garcia, ordenou à Chefia de Polícia Civil que, diante do quadro de insegurança nas delegacias da instituição, as armas apreendidas pela polícia sejam encaminhadas, ainda nesta terça-feira (02/06), para a sede da Sesp, onde há segurança patrimonial armada durante 24 horas.
A decisão foi tomada logo depois que André Garcia tomou conhecimento de que mais uma unidade da Polícia Civil foi invadida por bandidos durante a madrugada. Trata-se da Delegacia de Goiabeiras, em Vitória, de onde os criminosos roubaram quatro armas. Foi o quarto roubo a uma unidade da polícia nos últimos quatro dias.
Na reunião que teve com a chefe de Polícia Civil, delegada Gracimeri Gaviorno, o secretário André Garcia determinou que os superintendentes de Polícia Especializada e Metropolitana enviassem ofício para os delegados, sob sua responsabilidade, a ordem para que recolhessem as armas apreendidas por suas delegacias e levassem logo para a Sesp.
Os superintendentes, então, enviaram emails para os delegados. Nas unidades da Polícia Civil onde há plantão 24 horas ou os prédios têm vigilância armada, não há necessidade da transferência das armas para a Sesp. Já as armas acauteladas estão sendo devolvidas pelos próprios delegados para a Delegacia de Armas, Explosivos e Munição (Dame) da Polícia Civil. Essas armas, de grosso calibre, são as usadas por delegados, investigadores e agentes de Polícia em operações de grande risco (quando têm que cumprir mandados de prisão e mandados de busca e apreensão contra suspeitos de homicídios, tráfico e assalto).
A onda de ataques às delegacias começou depois que a chefe de Polícia Civil, delegado Gracimeri Gaviorno, retirou a vigilância armada das unidades. Em algumas, ela colocou investigadores e agentes de Polícia para fazerem a segurança na portaria. Em outras delegacias, não fica ninguém após o fechamento, às 18 horas.
Procurada pelo Blog do Elimar Côrtes, a Assessoria de Comunicação da Sesp disse que a Pasta não vai se manifestar sobre o assunto (transferência das armas para a Secretaria).
Na última sexta-feira, policiais civis encontraram a Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher, no bairro Barro Vermelho – que fica ao lado do portão de acesso à garagem da própria Chefatura de Polícia Civil –, arrombada.
Objetos pessoas dos policiais e um revólver calibre 38 (no detalhe da foto, antes de ser roubado), apreendido com um homem acusado de ameaçar a esposa de morte, foram roubados. O bandido quebrou a grade de ferro da janela da cozinha, quebrou a parede e teve acesso às precárias dependência da Delegacia da Mulher. Foi até a sala onde estava o revólver e o roubou.
Na tarde de sábado, foi a vez da sede do Batalhão da Polícia Militar de São Mateus, no Norte do Estado, ser alvo da criminalidade. Um bandido arrombou uma porta, quebrou outra, jogou vários aparelhos no chão, e só depois, quando já saía com um aparelho de televisão, foi abordado pela polícia.
Ainda no âmbito da PM, um policial militar que estava de plantão na madrugada de domingo – quando 14 armas foram furtadas do 6º BPM, em Carapina, na Serra – foi detido e encaminhado ao Quartel da PM, em Maruípe, Vitória. O secretário de Segurança, André Garcia, afirmou que o PM foi detido “por negligência, pois havia a possibilidade do furto ter sido evitado por ele.”
Nos bastidores do Quartel do Comando Geral da PM, no entanto, a informação sobre a investigação do roubo das pistolas e carabinas é de que teria ocorrido em diversos dias e teria contado com a conivência de mais policiais. “Ninguém sai de um quartel da PM com 14 pistolas nas mãos. Ninguém anda pela rua transportando 14 pistolas. Esse roubo foi em várias dias e o criminoso, que pode ser inclusive um policial, teve ajuda para entrar, roubar, sair e transportar as armas”, comentou uma autoridade ligada à própria PM.
A história contada oficialmente, portanto, pode ser apenas parte da verdade.