A Diretoria do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Espírito Santo (Sindipol/ES) deu neste sábado (10/01) mais um passo na tentativa de ajudar o governador Paulo Hartung e o secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, André Garcia, a acertarem na escolha do futuro chefe de Polícia. O Sindipol defende que a instituição seja comandada “por um delegado operacional e atuante”. O nome apoiado pelo Sindipol é o do atual chefe da 2ª Delegacia Regional (Vila Velha), Júlio César de Oliveira Silva, que foi eleito numa votação em que participaram somente delegados, no início de dezembro de 2014.
No entanto, como o governador Hartung e o secretário André Garcia ainda não bateram o martelo sobre quem vai comandar a instituição, a Diretoria do Sindipol saiu em defesa de um profissional que valorize o setor de operacionalidade da Polícia. A nota do Sindipol encontra-se em seu site. Nela, a Diretoria ataca o que chama de “excesso de burocracia” dentro da entidade, o que costuma prejudicar os policiais em sua atividade fim. Burocracia que, segundo o sindicato, já se acumula desde governos anteriores:
“Se não for o doutor Júlio César de Oliveira o escolhido, que seja outro delegado operacional que valorize também os policiais da atividade fim e demais membros da Polícia Civil que atuem de maneira operacional. Ou seja, aquele delegado que valoriza a investigação policial, que valoriza o policial de ponta, aquele que faz a polícia acontecer em sua razão de existir, que abra o diálogo com as entidades de classe dentro de uma gestão aberta, transparente e democrática; e não os chamados delegados burocratas, que só gostam de trabalhar dentro de gabinetes fechados em si mesmos. A população quer ver a Polícia Civil investigando, prendendo e solucionando crimes, principalmente os de homicídios, roubos e tráfico de drogas. Os delegados operacionais valorizam todos os tipos de investigação, enquanto os burocratas emperram a polícia, a sociedade anseia uma polícia melhor preparada, aparelhada, eficaz e cidadã”, pontuou o presidente do Sindipol/ES, Jorge Emílio Leal.
O presidente do Sindipol/ES disse reconhecer que um delegado precisa entender de administração, pois, ao comandar uma unidade, ele é responsável por gerir recursos humanos, materiais e, às vezes, financeiros. No entanto, salienta Jorge Emílio, “o delegado não pode deixar que a burocracia engesse a Polícia, o que a torna fraca.”
Para o Sindipol/ES, os delegados operacionais Celso Felipe Ferrari, José Lopes, Lauro Coimbra, Aéliston dos Santos de Azevedo e Cláudio Victor são profissionais que preenchem os requisitos e podem ser indicados para ocupar o cargo de delegado-chefe de Polícia Civil pela história que construíram em suas carreiras com o trabalho efetivamente desempenhado em várias unidades policiais da Grande Vitória e interior, além de Delegacias Especializadas. Ainda de acordo com o Sindipol, esses delegados também acumulam vasta experiência profissional no exercício da atividade de Polícia Judiciária:
“Desempenham sua função com louvor, apesar do nome de Júlio César de Oliveira Silva ser de aceitação geral e o primeiro na indicação para ocupação do cargo de chefe de Polícia devido a sua experiência como chefe da instituição anteriormente (nos dois últimos anos do segundo mandato do governo de Paulo Hartung), bem como ter exercido chefia nas várias Superintendências por onde passou com brilhantismo, competência e profissionalismo de um verdadeiro líder”, destaca a entidade em seu portal.
O Sindipol conclui que devem ser feitos investimentos de valorização profissional e reconhecimento da importância do profissional de polícia na engrenagem da segurança pública e defesa social. “Cabe ressaltar que chega de embelezar a Polícia Civil brincando de fazer de conta. Vamos realmente agir de forma operacional no combate à criminalidade em todas as suas nuances no intuito de reduzir os índices de homicídios, tráfico de drogas e roubos em geral. Chega de insegurança e ineficiência propagada por gestores que possuem formação profissional construída meramente em setores administrativos e gabinetes da instituição”, afirma o dirigente Jorge Emílio.
O líder da maior entidade de classe dos policiais civis capixabas, Jorge Emílio Leal, ainda adverte: “Chega de pessoas que visam gerir a Polícia Civil como se fosse uma instituição voltada a atender interesses ou sentimento pessoal de um pequeno grupo, cuja visão não está voltada para a defesa social, muito menos servir a coletividade por meio do controle do crime e diminuição de homicídios. Os problemas da criminalidade vêm sendo enfrentados de forma teórica e burocrática, e não como deve ser: com coragem e valorização da parte operacional desse corpo complexo que é a instituição policial e que tem o dever legal de lidar com a vida e a liberdade, mister norteado pela lei, em seu papel principal de salvaguarda da sociedade na luta contra o crime, criminoso e criminalidade.”
Para Jorge Emílio, “a Polícia Civil tem que sair do marasmo institucional e do engessamento acumulados de governos do passado, seja por meio de um choque de gestão.”
Por tudo isso, o Sindipol/ES vem a público manifestar sua opinião em relação à Segurança Pública na escolha do gestor para chefiar a Polícia Civil, uma vez que, considerando as prerrogativas fixadas pelo governador Paulo Hartung quanto à diminuição dos índices de criminalidade e homicídios através de um choque de ordem em caráter administrativo e de gestão, “não se pode entender porque o perfil operacional de gestores seja alijado do processo de escolha para chefiar a Polícia Civil, haja vista o discurso impactante do governo que se inicia.”
Ainda de acordo com o Sindipol, na Polícia Civil há vários nomes de delegados operacionais altamente capacitados e cujo currículo foi construído no exercício da atividade fim da Polícia Judiciária, que é o combate ao crime de forma repressiva, por meio da investigação policial para a elucidação dos delitos e identificação dos criminosos, com foco na referida redução da criminalidade e que tem muito a contribuir para o bem estar social.
“Exemplo disso, temos os honrosos delegados de Polícia Júlio Cesar de Oliveira Silva, Cláudio Victor, Aéliston Santos de Azevedo, José Lopes, Lauro Coimbra e Celso Felipe Ferrari, profissionais que se enquadram dentro do perfil operacional conquistado ao longo de suas carreiras, nas mais diversas unidades policiais civis, setores pelos quais atuaram de forma meritória com exemplar dedicação na defesa da sociedade e na integração da Polícia Civil com as demais agências de segurança e com a sociedade, com os quais tive o prazer de trabalhar”, disse Jorge Emílio Leal, presidente do Sindipol/ES.
O posicionamento da Força Sindical
No mesmo texto postado no site do Sindipol, há também opinião do presidente da Força Sindical/ES, Alexandro Martins Costa. O Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo é filiado à Força Sindical:
“A Força Sindical, sensível com os problemas da Segurança Pública, vê com entusiasmo, sabedoria e inteligência, a indicação do delegado Júlio César de Oliveira Silva, tendo em vista que o mesmo já ocupou e exerceu as funções do cargo de chefe de Polícia Civil com brilhantismo. Sendo uma Central Sindical parceira do governo Paulo Hartung, e sabendo do seu compromisso social e institucional que o governo tem com a sociedade no seu governo, essa Central Sindical apoia o doutor Júlio César para comandar a Polícia Civil nos próximos anos”, declarou o presidente da Força Sindical/ES, Alexandro Martins Costa.