Documentos e fotos obtidos pelo Blog do Elimar Côrtes mostram como é vida tranquila e serena do baiano Geovane de Morais, o homem que foi responsável pela Gerência de Comunicação de Abastecimento Corporativo da Petrobras, entre 2006 e 2008 e de onde é investigado pela acusação de desviar mais de R$ 57 milhões. Geovane atuava entre o Rio de Janeiro e Espírito Santo. Era responsável, principalmente, em promover festas chamadas institucionais, em eventos da estatal.
Foi a partir das denúncias da ex-gerente executiva da Diretoria de Abastecimento da Petrobras, Venina Velosa da Fonseca, que as supostas irregularidades cometidas por Geovane de Morais foram descobertas pela empresa. Geovane foi afastado da Petrobras em 2008. Porém, por conta de “doença”, teve de permanecer na empresa, recebendo salários, por mais cinco anos. Acabou sendo demitido em 2013.
No caso dele, a Petrobras agiu rápido, o denunciou ao Ministério Público Federal e ainda o demitiu. No caso de outras irregularidades, a direção da Petrobras, segundo Venina da Fonseca vem declarando à imprensa ultimamente, teria ignorado.
Geovani de Morais vive em Salvador. Tem, porém, mansões em condomínios de luxo no Rio e em terras baianas. A história dele com a Petrobras começa em 2006. Foi quando Geovane lançou a candidatura de seu irmão, Romilton de Morais, a deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores, em um show do cantor Geraldo Azevedo, na cidade de Paramirim (Bahia), sua terra natal. O show foi bancado por Geovane.
De 2006 a 2008, derramaram dinheiro em Paramirim. Aproximando as eleições, Geovane foi procurado por Rosemberg Pinto (também ex-funcionário da Petrobras), hoje deputado estadual pelo PT, que lhe pediu apoio para sua candidatura. Geovane negou e disse que apoiaria seu irmão Romilton.
Contam os amigos mais próximos de Geovane que Rosemberg Pinto não aceitou a posição do colega de estatal e denunciou os desvios de recursos financeiros que estavam acontecendo. No entanto, Rosemberg pensou que era somente desvio para o próprio Geovane, não sabia que o esquema era maior; era em escala por todo o País.
O dinheiro desviado, conforme consta na denúncia contra Geovane, era para candidatos ligados ao PT em vários estados brasileiros. Em outubro de 2008, o então presidente da Petrobras, Sérgio Gabriele, vendo que Rosemberg Pinto “tinha feito besteira”, o tirou de Salvador e o levou para o Rio.
A foto é da mansão de Romilton Morais, na RUA ELIEZER VELOSO, Nº 19, QUADRA J L1; LAURO DE FREITAS (BA). Próximo a praia de Ipitanga. Preço aproximado: R$ 2,5 milhões.
Romilton Morais é um grande irmão de Geovane. Tem um ano e meio de formado em Direito, mas nunca exerceu a profissão; nunca herdou nenhuma herança, porque a família, até 2006, era muito humilde e pobre. Hoje, ele ajuda a operar os bens do irmão Geovane: são casas, apartamentos, carros, fazendas, mineradora e outros. A mineradora fica em Sete Lagoas, Minas Gerais. Geovane de Morais é dono também de empresa de segurança, que possui até com helicóptero e fica na cidade baiana de Lauro de Freitas.
Geovane seria sócio da Pacs Eventos, localizada no Rio. O nome é sugestivo: lembra o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), criado pelo então presidente Lula e gerenciado pela então ministra Dilma Roussef, hoje presidente da República. Geovane possui outras empresas de eventos.
Para tentar escapar do cerco das investigações, Geovane de Morais tem outras parceiras, que ele usa como ‘laranjas’ em suas empresas: Neide Carneiro de Araújo, esposa de Romilton Morais; Cynthia Cristiane de Morais, sobrinha de Geovane; e Marcos Clébio de Azevedo Ribas, que seria uma espécie de segurança-mor do ex-chefão da Comunicação da Petrobras.
Na foto (E), Romilton aparece ao lado de Sérgio Gabriele, ex-presidente da Petrobras, durante passeata em Salvador nas últimas eleições presidenciais.
Geovane de Morais tem mais um irmão. É Maurício de Morais. Mal tem o antigo ensino primário. Já foi dono de restaurante e hoje possui um haras com cavalos avaliados em mais de R$ 2 milhões e é proprietário de um parque de vaquejada na cidade de Santo Amaro (Bahia), terra de Caetano Veloso. O parque de exposição leva o nome do pai, Hamilton Morais, já falecido.
Foto de informações sobre empresas laranjas
Foto de relação de empresas da família de Geovane que prestavam serviços a Petrobras
Geovane de Morais tem um apartamento adquirido em 2008. Escritura está em seu nome. Trata-se de um duplex de cobertura com piscina, ofurô (banheira japonesa) e churrasqueira. Avaliado em R$ 2,2 milhões e fica no Condomínio Península da Barra, no Rio. O apartamento é usado atualmente pelo irmão Romilton de Morais para festas particulares.
Geovane de Morais é, aparentemente, um homem calmo, sereno e tranqüilo. Já foi chamado para briga pela ex-gerente Venina Velosa da Fonseca, a mulher que vem provocando mais explosões na já tão tumultuada situação da Petrobras, depois do escândalo causado pela Operação Lava Jato. Venina denunciou Geovane em 2008. Ambos tiveram uma briga feia durante o Grande Prêmio Brasil de Fórmula Um daquele ano. Venina discordava dos desvios de dinheiro na área de Abastecimento da estatal.
O outro lado
No dia 12 deste mês, Geovane de Morais deu entrevista ao Broadcast Político, o serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Negou ter cometido irregularidades. Explicou que os gastos eram grandes em seu período como chefe da Comunicação da Petrobras por falta de planejamento da empresa. Geovane garantiu, inclusive, que está pobre e que vive de favores da família. Ele afirma ter sido usado como “boi-de-piranha”.
Leia a entrevista concedida por Geovane à Agência Estado no link
http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,me-usaram-como-boi-de-piranha-diz-ex-gerente-da-petrobras,1606132