A Justiça expediu na tarde desta terça-feira (10/06) mandado de prisão em face de Renata Belo Moreira, condenada pela acusação de ser a mandante do assassinato do marido, o vendedor de carros Marcus Vinícius Barbosa. O crime ocorreu em 2004, em Marechal Floriano, Região Serrana do Espírito Santo. O processo contra Renata, que é filha do conselheiro do Tribunal de Contas aposentado Mário Moreira, transitou em julgado.
Renata havia sido condenada pelo Conselho do Tribunal do Júri de Marechal Floriano a 18 anos de reclusão. A defesa recorreu e, em julgamento ocorrido na 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça ela conseguiu a redução para 16 anos. No dia 9 de dezembro de 2013, acolhendo novo recurso da ré, os desembargadores das Câmaras Reunidas reduziram a pena para 14 anos, predominando, por maioria, o voto do relator, desembargador substituto Getúlio Marcos Pereira Neves, com a divergência do desembargador Nei Batista Coutinho.
No julgamento do processo 00002607420048080055 na 1ª Câmara, já existira uma divergência, do desembargador Sérgio Bizzotto Pessoa de Mendonça, que ponderou as circunstâncias favoráveis a Renata Belo Moreira para propor que a pena fosse fixada no mínimo previsto para os crimes com culpabilidade comprovada: 12 anos.
De acordo com as testemunhas de defesa, a mulher contratou a morte do marido depois de se cansar de ser espancada e humilhada (na época, ainda não havia a Lei 11.340/2006, a chamada Lei Maria da Penha).
Marcus foi morto a tiros no dia em que ele, a mulher e o filho (na época criança) saíram de Vitória para passar um final de semana prolongado no sítio da família na Região Serrana. Sempre que viajava para o local, ele tinha o costume de parar em um posto de gasolina de Marechal Floriano, para fazer lanche.
Renata, então, saiu do carro com o filho, com o propósito de ir ao banheiro. Neste momento, os pistoleiros se aproximaram do carro do casal e mataram Marcus. Ela voltou com o filho e entrou em desespero. Posteriormente, a Polícia Civil, por meio de investigação efetuada pelo delegado André Cunha, descobriu que se tratava de uma farsa: a própria mulher encomendara o assassinato do marido. Renata foi condenada a cumprir prisão em regime inicial fechado.