O coordenador do Centro de Apoio Criminal do Ministério Público Estadual, procurador de Justiça Sócrates de Souza, comentou nesta segunda-feira (17/02) as reportagens postadas com exclusividade neste Blog a respeito do Centro de Especialidades em Psicoterapia Avançada Ltda (Clínica Provida), que seria do colombiano Gerardo Mondragon, processado pela Justiça capixaba pela acusação de participar de um esquema de corrupção no instituto de atendimento Sócio-Educativo do Espírito Santo (Iases), autarquia da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus). Leia mais nas três últimas postagens deste blog.
“É lamentável que esse cidadão (Gerardo Mondragon), que já foi expurgado do Estado por conduta reprovável, continua agindo, mesmo que indiretamente (usando esquema laranja) para o próprio Estado do Espírito Santo, recebendo dinheiro para, em tese, tratar de jovens dependentes químicos”, disse o procurador de Justiça Sócrates de Souza.
“Não dá para entender que a imprensa (Blog do Elimar Côrtes) detecta as irregularidades, ou seja, descobre que o cidadão Mondragon usa laranjas para abrir clínicas de tratamento para dependentes químicos no Espírito Santo, enquanto o próprio Estado, que possui diversos organismos de fiscalização e de Inteligência, não descobre as irregularidades. O Estado tinha que ter descoberto que, por trás da clínica, havia um cidadão processado por outros delitos. Os recursos destinados a essa clínica tinham que ir para uma instituição séria”, emendou o procurador de Justiça, que completou:
“Não é admissível que tenhamos hoje uma situação para tratar de pessoas com problemas de dependência química com pessoas que têm envolvimento com ilicitude. Alguém deve estar fazendo vista grossa com ele (Mondragon). Quem está protegendo esse cidadão deve ser investigado”, disse Sócrates de Souza.
Ainda nesta segunda-feira, o coordenador do Centro de Apoio Criminal do Ministério Público, Sócrates de Souza, enviou ofício aos promotores de Justiça que atuam na área de saúde da Serra e de Guarapari para verificar a documentação e as instalações da Clínica Provida.
Ele lembrou que já vem realizando investigação sobre a atuação de outras clínicas de tratamento para dependentes químicos que trabalham no Estado e que o Ministério Público, por meio de sua Ouvidoria, tem recebido queixas de familiares de pacientes:
“Todas as queixas que chegam ao Ministério Público são checadas e investigadas”, assegurou Sócrates de Souza.
Colombiano pode ser denunciado por tráfico de drogas
O procurador de Justiça Sócrates de Souza informou que, caso fique confirmado que o colombiano Gerardo Mondragon tenha determinado aos enfermeiros das clínicas a injetar medicação nos adolescentes, ele poderá ser denunciado por dois crimes: tráfico de drogas e usurpação da função.
O tráfico de drogas se caracteriza, segundo o procurador de Justiça, pelo fato de que, segundo funcionários da clínica, Mondragon autorizar a aplicação de superdosagem de psicotrópicos nos adolescentes. No caso de usurpação de função, se deve porque ele não é médico e, mesmo assim, seria o responsável pela medicação dada aos pacientes.