Acaba de ir para a reserva remunerada da Polícia Militar do Espírito Santo o coronel Dejanir Braz Pereira da Silva. O último dia de serviço dele foi na sexta-feira (09/08) na Diretoria de Ensino, Instrução e Pesquisa (Deip), onde atuava como diretor desde a época em que deixou o subcomando Geral da PMES. Um dia antes, o coronel Dejanir Silva recebeu uma justa homenagem no pátio do Batalhão de Missões Especiais (BME), numa solenidade militar alusiva a passagem para a reserva remunerada. Um profissional de bem que fará falta à PMES.
De acordo com o site da Polícia Militar, diversas autoridades militares e civis prestigiaram o evento no BME. Dentre as autoridades militares estavam o comandante geral da PM, coronel Edmilson dos Santos; o chefe do Estado Maior da PMES, coronel Ruy Guedes Barbosa Júnior; o comandante do Policiamento Ostensivo Metropolitano (CPO-M), coronel Carlos Henrique Pereira França; o diretor de Comunicação Social, coronel Douglas Zucolotto; o diretor da Diretoria de Inteligência (Dint), coronel Marcos Antônio Souza do Nascimento; o comandante do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), tenente-coronel Marcelo Luiz Bermudes Rangel; o comandante do Regimento de Polícia Montada, tenente-coronel Lamaison Luiz da Silva Silveira; o comandante do Centro de Formação e Aperfeiçoamento (CFA), tenente-coronel Márcio Celante Weolffel; o comandante do 3º Batalhão (Alegre), tenente-coronel Hermano Pinto de Oliveira; além do tenente-coronel Alexandre Ofranti Ramalho, comandante do Batalhão de Missões Especiais (BME), anfitrião da solenidade.
Também participou da solenidade o coronel da reserva Juarez Monteiro da Silva, que foi o fundador de várias unidades operacionais e de elite da Polícia Militar, como a extinta Patamo, a então Companhia do Choque – hoje uma Companhia no BME – e embrião do próprio Batalhão de Missões Especiais, também fundado por Monteiro e por onde o coronel Dejanir Silva passou.
Também estiveram presentes autoridades civis e representantes da Empresa Fíbria, o empresário Pedro Paulo; o presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros de Empresas Corretoras de Seguros, José Rômulo da Silva; e representantes da Petrobras.
Durante as homenagens, o coronel Silva recebeu presentes e placas preparadas pelo RPMont, BPTran, 3º Batalhão, BME e Petrobras. O anfitrião da solenidade, tenente-coronel Ramalho, fez uma homenagem ao coronel Silva em um emocionado discurso:
“Trata-se do dia em que finaliza-se o sonho de um jovem humilde e perseverante, que no ano de 1983 passou a integrar as fileiras da Polícia Militar do Espírito Santo…Ao romper os umbrais da Academia Dom João VI, na respeitável coirmã Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, desenhava-se uma brilhante carreira…O tempo de Academia passou, chegou o Aspirantado, que também foi sucedido por outros cursos, especialização e promoções, até merecidamente alcançar o último Posto.”.
Mais adiante, o tenente-coronel Ramalho disse: “Especificamente nesta unidade (BME), poderíamos enumerar seus feitos, com obras, cursos, aquisições de materiais e outras tantas conquistas, materializadas em sua primorosa gestão. Mas, tudo isso é muito insignificante diante de qualidades pessoais como virtude, carisma, honra, integridade moral, lisura, sinceridade, honestidade e, sobretudo amizade e camaradagem…Seu talento para congregar e harmonizar, sempre transformou dificuldades em estímulos e cultivou a admiração e o respeito de todos que trabalharam ao seu lado. Sua conduta na caserna nos deixou o legado de que comandantes e comandados, por intenções, atos e palavras, escrevem a sua história militar. Suas características militares são permeadas com rígidos códigos morais, éticos e de honra, com base sólida em espartanos princípios de disciplina…”
O comandante do BME finalizou: “Pela última vez, nobre combatente, dobre sua farda vincada, pendure seu coturno engraxado, guarde sua espada embainhada e tenha a certeza de que a sua missão foi cumprida. Valho-me das palavras do apóstolo Paulo a Timóteo: ‘Combati o bom combate, concluí a jornada e guardei a fé’. E ainda sobre saída e partida, cito o sociólogo curitibano Jamil Snege que escreveu: ‘Já inspecionei a prova, amarrei a carga, desatei a vela. O vento sopra forte e enfuna meu coração de alegria. Agora é contigo senhor. Toma o leme e risca o rumo do meu barco. Não penses que irei por este mar sozinho’. Vai com Deus meu camarada. Muito Obrigado”.
O coronel Dejanir Silva agradeceu a homenagem e também fez um breve discurso. Disse que raras foram as vezes em que sentiu embargar a voz diante de tamanha homenagem, pois não é dado a fortes emoções.
“Cheguei ao BME esperando uma singela homenagem e logo percebi que não seria somente uma despedida simples, pois aqui estão perfilados o RPMont, BPTran, CFA e BME. De certa forma, fico até constrangido com a quantidade de homenagem a mil oferecidas”, disse o coronel Dejanir Silva.
A carreira do coronel Silva teve início quando foi ao Quartel do Comando Geral (QCG) em 28 de setembro de 1982 fazer a inscrição para o Curso de Formação de Oficiais (CFO). Foi aprovado e iniciou o curso na Escola de Formação de Oficiais Dom João VI, no Rio de Janeiro, para onde a PMES o mandou, pois no Espírito Santo não havia o Curso de Oficiais.
Foi declarado Aspirante em 1º de dezembro de 1985 e, a partir daí, serviu no Antigo Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CEFAP), 4º Batalhão (Vila Velha), Companhia de Policiamento de Choque, Cavalaria, Batalhão de Trânsito, 8º Batalhão (Colatina), Batalhão de Missões Especiais e Quartel do Comando Geral. Realizou todas as atividades atinentes ao Oficial da PMES.
Foi também com palavras de orgulho que destacou ter assumido o comando do Batalhão de Missões Especiais ainda como major, permanecendo no comando por quatro anos, quatro meses e seis dias. O coronel Dejanir Silva também contou um pouco de sua vida antes de entrar para a caserna. Revelou que, quando criança de apenas 8 anos, acordava às 3 horas da madrugada todos os dias para colher hortaliças que a família plantava, pois às 5 horas elas já tinham que estar no mercadinho para a venda.
“Dos 10 aos 14 anos fui vendedor de picolé, latas e engraxate. Aos 15 anos fui contratado por uma gráfica para varrer o chão e lavar o banheiro. Nasci em berço de espinhos e cheguei verdadeiramente a passar fome, contudo tinha a noção clara em minha mente de que a única forma de melhorar daquela situação era partir dos estudos. E este foi o caminho que trilhei. Aos 21 anos eu já era professor em várias escolas públicas e privadas”, acrescentou o coronel Dejanir Silva.
Ao encerrar sua fala, ele deixou uma mensagem para os que estão ficando: “O exemplo pessoal do comandante faz maravilhas. Sejam perseverantes e honrem a PMES”. Coisa que, certamente, o coronel Dajanir Silva sempre fez em toda sua carreira de 30 anos.
Por fim, o comandante geral da Polícia Militar, coronel Edmilson dos Santos, encerrou a solenidade com um discurso de agradecimento. Mantendo sua habitual humildade e respeito a um coronel mais antigo, o comandante geral da PMES se dirigiu ao coronel Dejanir Silva com a palavra “senhor”. O comandante Edmilson também lembrou uma história de quando trabalhava na Casa Militar do governo do Estado e, ao sair do Palácio Anchieta, viu o então capitão Dejanir em uma motocicleta do Batalhão de Trânsito trabalhando na fluidez do trânsito no Centro de Vitória.
“Aquela cena, que não sai de minha memória, foi mais uma mostra do comprometimento do coronel Dejanir Silva com a sociedade capixaba”, afirmou o comandante geral da Polícia Militar.
“Minha carreira profissional foi influenciada pela forma rigorosa com que o coronel Silva conduzia sua vida profissional. Tratou-se de um exemplo que corroborou para a minha formação militar, ética e humana”, reconheceu o comandante Edmilson, que, ao término da solenidade, concedeu ao coronel Silva a honraria de receber a continência da tropa durante o desfile.
Homenagem no CFA
O coronel Dejanir Braz Pereira da Silva também recebeu uma homenagem especial, na sexta-feira (09/08), durante a tradicional formatura matinal, que ocorre todas as sextas-feiras, no Centro de Formação e Aperfeiçoamento (CFA), em Cariacica.
Na oportunidade o comandante do CFA, tnente-coronel Márcio Celante Weolffel, elogiou o coronel Silva, por ter sua vida profissional pautada em princípios éticos, conduzindo assim a administração pública com dedicação, vigor e experiência por cada setor que passou dentro da PMES. Referiu-se ainda ao Coronel dizendo que ele fez história na geração que passa e faz história para geração vindoura. Concluiu sua fala lembrando uma frase sempre dita pelo coronel Silva, “lutar, vencer e nunca esmorecer”.
O coronel Silva em sua fala disse a todos que estará na reserva, mas torce por cada um daqueles que estavam presentes. “Em cada momento, em cada ocorrências em que vocês estiverem eu estarei torcendo por vocês e pela Polícia Militar”. Referiu-se aos alunos soldados em formação pedindo que “lutem, vençam e nunca esmoreçam”. Finalizou agradecendo por ter servido na Polícia Militar ao lado de tantos valorosos combatentes, prestando assim uma continência a todos, em agradecimento.
Na ocasião ainda o coronel Silva recebeu das mãos do comandante do CFA uma placa de homenagem, e ao final foi cumprimentado por vários policiais militares que participaram da cerimônia.
(Este texto tem a participação da Assessoria da Imprensa da PMES e foi extraído do site da Polícia Militar).
Nota do Blogueiro: O coronel Dejanir Silva sempre foi um exemplo de dedicação, competência, profissionalismo e honestidade na Polícia Militar. Pertenceu à banda boa da PMES. Foi também corregedor geral da PMES e reconhecido como um oficial austero e comprometido sempre com a honestidade e probidade. Nunca permitiu desvio de conduta de seus subordinados e nem de seus superiores. Vai fazer falta à PMES.