O grupo de baderneiros que ocupa as dependências da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, na Enseada do Suá, desde a última terça-feira (02/07), está se sentindo literalmente em casa. Parte deles transformou o local num verdadeiro palco de orgias sexuais, regadas a bebidas e drogas.
Quem – alguns poucos servidores e policiais militares à paisana – entrou na Assembleia na sexta-feira percebeu preservativos usados jogados pelo chão – não tiveram nem o cuidado de jogar na cesta de lixo dos banheiros –, além de pequenos pedaços de sacolas com restos de pó branco – possivelmente cocaína – e guimbas de maconha. Até uma churrasqueira se encontra em poder dos baderneiros. Quando não estão “fazendo amor” ou usando drogas, fazem churrasco.
A ocupação aconteceu após o adiamento da votação, que foi suspensa porque o relator do projeto na Comissão de Justiça, Gildevan Fernandes (PV), pediu vistas do projeto proposto por Euclério Sampaio (PDT), que encerra o contrato do governo do Estado com a Rodosol e põe fim à cobrança do pedágio na Terceira Ponte. A pauta volta ao Plenário em até três sessões.
Os baderneiros entraram na sede do Legislativo estadual com mochilas e sequer foram revistados pelos segurança. Uma falha da Assessoria Militar e da setor de Segurança da Casa. Prometem sair da Casa somente quando o projeto for votado e com o resultado que eles querem, é óbvio.
Os policiais que tentaram evitar a invasão do prédio no primeiro dia da invasão – tiveram que recuar e deixar os manifestantes a vontade por ordem do presidente da Assembleia, Theodorico Ferraço – perceberam que parte dos baderneiros veio de São Paulo com o único proposto: ensinar os capixabas como se faz baderna nada pacífica e como se ocupa prédios públicos.
Os militares constataram também que já foram roubados diversos objetos pessoais e documentos dos funcionários e do deputado Ferraço. O gabinete da Presidência, primeiro alvo dos baderneiros, foi pichado. No gabinete foram encontradas garrafas de vinho, drogas e preservativos. A droga, segundo a polícia, teria entrado pela janela, com ajuda de “teresas” – cordas feitas de pano, junto a embrulhos de alimentos.
Ainda conforme informou ao este Blog um policial militar, houve briga entre os próprios baderneiros dentro da Assembleia Legislativa. Um dos rapazes teria sido ferido no braço com uma facada. Foi levado para um hospital e voltou no mesmo dia para a sede do Parlamento estadual, apresentando um curativo no braço. Para não deixar vestígios, os demais baderneiros lavaram o chão manchado de sangue.
Como senão bastassem as rodadas de sexo, drogas e bebidas, os baderneiros ganharam mais mordomia: o presidente da Assembleia mandou liberar para eles computadores, com direito à internet, e televisão. E quem paga a conta? Os cidadãos de bem, com seus impostos. Com certeza, nenhum daqueles baderneiros trabalha. Vivem às custas de seus pais ou do Estado.
A Assembleia Legislativa é a Casa do povo; não de bagunça. Enquanto isso, a mídia e o povo nas ruas ficam endeusando os baderneiros, como se, de fato, eles estivessem preocupados em acabar com o pedágio.
A luta deles é legítima; os meios, todavia, são criminosos.