No Rio de Janeiro e em São Paulo, quando o número de homicídios cai, os grandes jornais transformam o assunto em manchete principal de capa. Já no Espírito Santo os patrulheiros de plantão questionam os números apresentados pelo governo do Estado. Claro, a sociedade sempre tem que duvidar do Estado e, por culpa dos governantes, o Estado brasileiro dá motivos de sobra para que se duvidem de suas boas intenções.
Segundo dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), o Espírito Santo registrou no primeiro semestre deste ano 826 assassinatos. Foi a maior queda – e não a única, diga-se de passagem – dos últimos 12 anos.
A queda já vem se acentuando desde 2011, primeiro ano do governo Renato Casagrande. Em 2010, foram 1.016 homicídios nos primeiros seis meses; contra 867 em 2011; 857 no ano seguinte; e 826 em 2013. Em 2001, base para a comparação feita agora, foram registrados 878 homicídios no Estado no primeiro semestre. Daí em diante foram anos e anos de crescimento, principalmente na era Paulo Hartung.
Há, no entanto, quem duvide dos números apresentados pela Sesp. Eles questionam os números somente quando há registro de queda; quando há aumento, ficam calados. Ou melhor, criticam mais ainda.
O link de Estatísticas de homicídios no site da Sesp, porém, poderia descer mais a detalhes para calar os críticos e deixar a sociedade bem mais informada. Numa rápida pesquisa, percebe-se que sites de Secretaria de Segurança Pública de estados como São Paulo e Ceará, por exemplo, fornecem muito mais informações ao usuário.
No Ceará, a secretaria separa por ordem os municípios e bairros onde foram registrados homicídios. O grau de informação no Portal da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo é mais completo: além de assassinatos, informa todos os tipos de ocorrências policiais registrados em todas as unidades de Polícia Judiciária – bairros e municípios.
No Espírito Santo, o site da Sesp informa somente a data do homicídio, dia da semana, sexo da vítima e o município. Sempre por ordem de acontecimento.
De fato, não se questiona daqui os números apresentados pelo governo do Estado – até porque, os gestores da Sesp são profissionais competentes e comprometidos com a verdade –, mas a embalagem deixa a desejar. Mais informações ajudariam até mesmo a população a entender o que se passa em sua região.