A Diretoria de Inteligência (Dint) da Polícia Militar do Espírito Santo está completando 15 anos de existência. Criada no governo de Vitor Buaiz, a Dint tem sido responsável por um grande número de investigações que culminam na prisão de verdadeiras quadrilhas que integram o crime organizado capixaba.
São bandidos que praticam o crime de corrupção, tráfico de drogas e armas, pistolagem, assaltos, seqüestros, dentre outros. A Dint atua, inclusive, contra o “pessoal da casa”. Ou seja, investiga policiais militares acusados de crimes.
Criada por força do Decreto nº 4.328-N, de 28 de agosto de 1998, que Reorganizava o Quadro de Organização da PMES, a Dint substitui a antiga PM-2 (Serviço Reservado da Polícia Militar). A Dint possui como atribuição legal ser “o órgão de direção setorial do Sistema de Inteligência da Polícia Militar do Espírito Santo (SISPES), incumbindo-lhe o planejamento, execução, controle e fiscalização das atividades de Inteligência de interesse da Corporação.”
O Sistema de Inteligência da Polícia Militar (Sipom), como componente do Sistema de Inteligência da Segurança Pública do Estado do Espírito Santo (SISPES), é compreendido pela Diretoria de Inteligência da PMES, na qualidade de Agência Central, e demais Agências de Inteligência da Polícia Militar, estruturado e dotado de pessoal técnico-especializado em obter, processar e difundir dados e/ou conhecimentos.
A Dint, alçada ao status de órgão setorial de direção em 28 de agosto de 1998, possui suas raízes que perpassam pela antiga PM-2, que pertencia ao EMG até então. A PM-2 era reconhecida e prestigiada em todo o Estado, muito em razão da excelência e produtividade apresentada, especialmente no campo operacional. Os agentes de Inteligência da PMES prestam um relevante e inconteste serviço à sociedade capixaba. São verdadeiros heróis anônimos, pois, devido à função que desenvolvem, não podem ser identificados.
No dia 18 de março deste ano, com a presença de várias autoridades e representações, foi iniciado o Curso de Inteligência para Chefes de Agências- 2013, no Auditório do Centro de Ciências Exatas (CCE) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
A aula inaugural foi proferida pelo promotor de Justiça Sérgio Andrade Werner, que é coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público Estadual. Ele abordou o tema “Inteligência” em seus aspectos gerais. O curso terá uma carga horária de 218h/aula, abrangendo atividades teóricas e práticas.
Como alunos do curso estão oficiais chefes de Agência da PMES, oficiais da Polícia Militar dos Estado do Rio de Janeiro e de Santa Catarina, agentes da Polícia Rodoviária Federal, Justiça Federal, Ministério Público, Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) e Polícia Civil, Corpo de Bombeiros Militar do ES, todos atuando em seus setores de Inteligência.
Durante o curso haverá debates com representantes de outros órgãos de Inteligência do Estado como a Polícia Civil, Ministério Público, Receita Federal, Polícia Rodoviária Federal, Corpo de Bombeiros, Secretária de Estado da Segurança Pública, Secretária de Justiça, como forma de aproximar os diversos órgãos de Inteligência.
O curso é o “ponta pé” inicial das atividades alusivas aos 15 anos de instalação da Dint, evento que terá o seu ápice no mês de agosto, quando ocorrerá um Seminário voltado para a atividade de Inteligência.
Vale lembrar que nos oito anos do governo de Paulo Hartung, a Dint sofreu. Passou por momentos de desorganização e desestruturação, porque o todo poderoso (e nada competente) da segurança pública do Estado na época, o agora prefeito de Vila Velha, o delegado federal licenciado Rodney Miranda, desaparelhou o órgão. O governador Renato Casagrande, entretanto, voltou a investir no na Dint, dotando o setor de infraestrutura técnica e científica, além de dar liberdade e autonomia para seus agantes (oficiais e praças) agirem de acordo com o que determina a lei brasileira.
Mesmo desarticulada na era Hartung, a Dint foi fundamental pelo trabalho que desarticulou as quadrilhas que dominavam os presídios capixabas, relacionando os bandidos que deveriam ser levados para cadeias federais em outros estados. A Dint descobriu, com antecedência, o plano de incêndio a ônibus. Pena que a estrutura do governo, à época, não deu voz à Dint e os incêndios acabaram acontecendo.