Ultimamente, o Blog do Elimar Côrtes tem recebido uma série de emails de alunos soldados da Polícia Militar que deveriam ter se formado desde o dia 25 de janeiro. Mas uma falha da própria PM impediu a formatura. Mesmo assim, eles estão nas ruas trabalhando armados e fardados, como soldados. Porém, recebendo salário de aluno soldado.
Abaixo, uma das mensagens recebidas:
“Estamos passando por uma situação que deve de qualquer forma tornar-se pública, visto que a cada dia a segurança da sociedade capixaba é posta a prova e nós, que podíamos estar ajudando a guarnecer a nossa população, estamos passando por esta intempérie.
Somos do último curso CFSD/2012 da PMES, deveríamos estar formados desde o dia 25 de janeiro de 2013, o que não ocorreu por uma falha grotesca da administração pública. Não sabemos ao certo se exclusiva da PMES ou de um conjunto de erros de toda a engrenagem pública do Estado do Espírito Santo, que foi a falta da realização do exame toxicológico, o qual visa detectar uso de substâncias ilícitas por parte dos candidatos do certame.
O mesmo deveria ter sido feito durante os sete meses e meio de curso, não foi feito e para piorar a situação nos foi avisado de tal imbróglio na véspera de nossa tão esperada e sonhada formatura.
A partir daí nós hoje ainda Alunos Soldados da PMES temos passado por diversas situações as quais não estaríamos enfrentando se tivéssemos formados como de direito.
Colegas contraíram dívidas por intermédio de empréstimos, objetivando participação da festa de formatura, viagens de familiares para a solenidade militar, entre outras situações particulares e que nós guardamos o direito de não divulgar aqui.
Estamos exercendo função de Soldado Combatente formado, armados na rua, o que contraria a Diretriz de Alunos, executando abordagens, conduzindo aos DPJ’s, apreendendo armas, recuperando foragidos da Justiça por diversos crimes, ou seja, estamos fazendo o que a sociedade capixaba espera de nós, porém não estamos recebendo o que tanto esperávamos, que é o almejado salário de Soldado Combatente.
Queremos o devido respeito por já estarmos promovidos, a facilidade de estarmos com a cautela de armamento de forma permanente que nos levaria a irmos e voltarmos fardados dos Batalhões e, claro, para garantir a nossa segurança e de nossos familiares que estão sempre por perto, visto que estamos na rua todos os dias abordando pessoas conhecidas, delinquentes que conhecem os nossos itinerários e que em via de regra nós acabamos encontrado na rua por acaso.
Nos foi prometido, mas até a data de hoje a tão esperada promoção e nada, nem a promoção nem uma satisfação por parte do Comando Geral da PMES.
Estamos esquecidos, isso porque estamos fazendo o que eles esperam de nós, que é proteger a sociedade.
Então, já que estamos cumprindo o ordenado para que se preocupar com a nossa promoção? Isso mesmo, dessa forma que nós estamos nos sentindo, esquecidos, enrolados, deixados para trás e porque não também privados de nossos direitos mais elementares visto que passamos por todas as fases do concurso com êxito e muito sacrifício.
Colegas de outros estados que deixaram para trás suas famílias e também os que vieram do interior com dificuldades e que nunca esperavam encontrar uma situação dessas.
O que queremos é que tudo isso fique exposto à sociedade, que a mesma tenha consciência do pouco caso que estão fazendo das pessoas que durante 35 anos cuidarão da segurança de todos.
Como esses guerreiros terão ânimo para cumprir suas atividades se, com menos de um ano de ‘serviço’, já nos fazem de idiotas.”
Atenciosamente,
Alunos Soldados CFSD/2012 PMES.