O Estado do Espírito Santo não pode passar a mão na cabeça dos agentes penitenciários que participaram das cenas de selvageria e barbárie contra os 52 detentos da Penitenciária Estadual de Vila Velha II, no Complexo Prisional de Xuri. Demitir tão somente o diretor da cadeia não é nada. Era o mínimo que o governo tinha que fazer.
O secretário de Estado da Justiça, André Garcia, que tem se notabilizado como uma pessoa sensível e bem intencionada, já deveria ter colocado no olho da rua os agentes que estavam trabalhando no momento das cenas de tortura.
A Polícia Civil ou o Ministério Público Estadual já deveria ter pedido a prisão dos envolvidos e a Justiça ter mandado todos eles para uma cadeia, de preferência, de segurança máxima.
Não venham com a desculpa de que os agentes não foram identificados. É simples: dia 2 de janeiro de 2013. Quem estava trabalhando nas duas horas que se seguiram as cenas de tortura, vai preso.
As imagens postadas neste blog mostram que os presos ficaram com ferimentos,provocados por queimaduras, expostas; em carne viva. Com armas apontadas para suas cabeças, foram obrigados a ficar nus e sentados no chão de cimento, onde é a quadra de esporte. Ficaram assim por mais de duas horas, em plena luz do sol.
Tortura é um crime universal. Ou o Estado aproveita este momento e dá um bom exemplo, mandando esses covardes bandidos (agentes que torturaram os 52 presos) para um presídio de segurança federal fora do Espírito Santo, ou nosso Estado passará, definitivamente, também como a terra dos torturadores que ficam impunes.
Para isso, o governo tem que agir rápido: prender e mandar os agentes-bandidos-covardes para um presídio federal em outro Estado.
No governo passado, quando criminosos comuns resolveram incendiar ônibus, o governador Paulo Hartung, com apoio da Justiça, do Ministério Público Estadual e do governo federal, mandou todos para outros estados. E olhem que incêndio a ônibus é crime contra o patrimônio, que, em tese, deveria ser muito menos grave do que o crime de tortura. Deu certo: acabaram-se os incêndios.
Esses torturadores também são bandidos comuns. Ou, melhor, mais do que comuns: eles conseguem ser “melhores” do que os criminosos comuns.