Diante do endurecimento e descaso do governo federal com a categoria, os policiais federais, que estão em greve desde o início de agosto, decidiram reforçar sua luta pela reestruturação da carreira. Desde esta terça-feira (18/09), eles suspenderam também as atividades nos setores de Inteligência, que vinham funcionando razoavelmente mesmo com a paralisação.
A informação foi dada ao Blog do Elimar Côrtes pelo presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Espírito Santos, o agente Marcus Firme:
“Nós estamos em greve desde 7 de agosto. Estávamos mantendo o Setor de Análise e Inteligência funcionando com um número reduzido para não prejudicar as operações, mas, diante do corte dos dias parados, em assembleia foi decidido paralisar também esses setores. Isso porque nesses setores essencialmente são realizados trabalhos de grande complexidade que não estão relacionados no rol de atribuições de nossos cargos (agentes, escrivães e papiloscopistas)”, disse Marcus Firme.
Embora a grande mídia informe que os federais estão em greve por melhores salários, a situação não é bem assim. Tanto que o governo federal ofereceu a categoria reajuste de 15%, mas foi recusado.
O que eles querem é a implantação de um plano de carreira. De acordo com Marcus Firme, todas as demais categorias de servidores da União, que para ingressar no serviço público precisam ter curso superior, possuem um plano de carreira.
Em vídeo postado no youtube, os federais explicam o verdadeiro motivo da greve. Eles informam que para disputar o cargo de auditor fiscal da Receita Federal, a pessoa precisa ter curso superior e entra na instituição já sabendo que terá um plano de carreira pela frente. Veja o link http://www.youtube.com/watch?v=oKuQ48ZyDeI
“É assim com todos os cargos de nível superior da União, menos na Polícia Federal. Dos policiais federais – dos agentes aos delegados, passando por escrivães, peritos e outros profissionais– são exigidos preparo e conhecimento. Os policiais são ao mesmo tempo engenheiros, juristas, psicólogos, administradores. São profissionais que estudaram nas melhores universidades do País e preparados para combater diversos tipos de crimes, como corrupção, tráfico de drogas e armas, pedofilia. Também somos responsáveis pela devolução de bilhões de reais aos cofres públicos, desviados por corruptos; protegemos as fronteiras, combatemos crimes contra o meio ambiente e Previdência; colocamos na cadeia políticos e empresários que cometem o crime do colarinho branco. Enfim, os policiais federais têm uma gama de atribuições e só o que queremos é que seja criada a política de um plano de carreira na instituição”, desabafou Marcus Firme.
Vale o registro: somente uma Polícia Federal estruturada estará preparada para combater o crime organizado do século XXI.