Diferentemente do que acontecia no governo de Paulo Hartung, em que as operações policiais somente eram realizadas se o então secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, o delegado federal licenciado e hoje deputado estadual Rodney Miranda, autorizasse – para que, óbvio, ele pudesse ir à frente vestido de “Rambo” –, no governo de Renato Casagrande os comandantes militares e os delegados que lideram as principais superintendências da Polícia Civil têm total liberdade para agir. E agem muito bem: com sabedoria, inteligência e eficiência. O resultado é que, em menos de uma semana, a polícia capixaba já prendeu mais de 200 bandidos.
E o mais importante: sem estardalhaço, sem cenas cinematográficas, que eram comuns no governo anterior, em que os jornais e as TVs, devidamente convocadas pela assessoria de imprensa do governo do Estado, iam para ruas fotografar e filmar o então “xerife” colar cartazes de bandidos procurados pela Justiça nos postes de energia elétrica.
Na sexta-feira passada (06/07), em apenas um dia, a Polícia Civil prendeu 174 acusados de crimes em vários pontos do Espírito Santo. Para isso, o chefe de Polícia Civil, delegado Joel Lyrio Júnior, colocou nas ruas 850 policiais civis, naquela que foi considera a maior operação policial de todos os tempos da PCES. Foi a operação denominada de “Enfrentamento total contra o crime”, realizada em todo o Espírito Santo.
Foi, efetivamente, a primeira vez que a polícia retirou os policiais das áreas administrativas e os colocou na atividade fim.
“Essa operação é para dar resposta em relação à impunidade. A sociedade capixaba precisa ver e acompanhar o trabalho da polícia. O resultado foi altamente positivo”, declarou Joel Lyrio.
O resultado positivo da operação se viu não somente no número de pessoas presas, mas, sobretudo, na elucidação de crimes: “Desvendamos dois homicídios e duas tentativas de homicídio com essas prisões”, declarou o titular da Delegacia de Crimes contra a Vida de Vila Velha, delegado José Lopes.
Nesta terça-feira (10/07), a Polícia Militar fez uma incursão nos morros da região da Grande Itararé e prendeu 13 acusados de crimes, incluindo dois adolescentes em conflito com a lei. Foi uma operação que contou com a participação de 171 policiais militares da Ronda Ostensiva Tática Motorizada (ROTAM), do Batalhão de Missões Especiais (BME) e da Diretoria de Inteligência (Dint). A atuação ocorreu nos bairros da Penha e São Benedito, ambos em Vitória, em cumprimento a mandados de prisão, apreensão e busca.
Ao todo, seis armas de fogo foram apreendidas pela PMES, incluindo uma espingarda calibre 12. Também foram apreendidos, oito carregadores de munição, farta munição (169 projéteis), uma espada e uma arma de paintball, durante a ação policial.
Entorpecentes também foram apreendidos pela PM: 93 papelotes de cocaína, 65 pedras pequenas de crack (prontas para a comercialização), nove grandes pedras de crack (pesando 100 gramas, cada uma, em média) e quatro buchas de maconha.
Dois rádios de comunicação, duas balanças de precisão e uma carteira de identidade falsa também foram apreendidos pela Polícia Militar na região, considerada uma das áreas de saturação no enfrentamento ao crime organizado no Espírito Santo.
Dez detidos foram encaminhados à Delegacia de Polícia de Maruípe, um deles à Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV). Os dois menores apreendidos foram para a Delegacia do Adolescente em Conflito com a Lei (DEACLE), também da Capital.
Por trás dessa dinâmica, entretanto, estão a disposição do governo Casagrande de enfrentar a criminalidade com ações concretas e não exibicionismo; a determinação do secretário de Estado da Segurança Pública, Henrique Herkenhoff, de declarar tolerância zero à violência; a sabedoria do secretário de Estado de Ações Estratégicas, André Garcia, em planejar e executar o programa chamado Estado Presente; e as diretrizes dadas aos seus comandados pelo chefe da Polícia Civil, delegado Joel Lyrio, e pelo comandante geral da PM, coronel Ronalt Willian.
Por trás de todo esse aparato, todavia, estão os órgãos que integram o sistema de Justiça no Espírito Santo, como o Tribunal de Justiça e Ministério Público Estadual.
Foi graças ao Tribunal de Justiça que foi assinado o Protocolo de Intenções que tem por finalidade fortalecer a articulação institucional entre os órgãos responsáveis pela segurança pública do Estado, objetivando o planejamento estratégico e a implementação de ações conjuntas de controle da violência criminalizada, de intensificação do combate ao crime organizado e do combate a todo e qualquer tipo de crime fiscal, visando otimizar a parceria entre as Varas de Justiça Criminal e demais os Órgãos de Segurança Pública.
Dessa comissão fazem parte o Tribunal de Justiça, governo do Estado, Ministério Público e as Superintendências Regionais da Polícia Federal e Rodoviária Federal, além do Conselho Estadual de Direitos Humanos. O grupo é presidido pelo desembargador Telêmaco Antunes de Abreu Filho.