O diretor de um presídio do Espírito Santo recebeu ameaça de um grupo de agentes penitenciários por não aceitar tortura a presidiários. O caso já está sendo investigado pela Corregedoria da Secretaria de Estado da Justiça e pelo Ministério Público Estadual.
O caso chegou ao conhecimento da Sejus e do MP na quinta-feira (23/02), no mesmo instante em que o Tribunal de Justiça apresentava à imprensa um vídeo mostrando cenas de tortura, praticada por agentes penitenciários, no Centro de Detenção Provisória de Aracruz.
O diretor teria flagrado agentes penitenciários praticando os mesmos atos de Aracruz. Ele teria repreendido os agentes e acabou sendo ameaçado.
O nome do diretor e o nome do presídio não estão sendo divulgados pelo este Blog para que a segurança do diretor seja preservada.
A Sejus tem agido com rigor contra servidores que saem da linha. Tanto que, em dois anos, 66 agentes penitenciários que atuavam em unidades prisionais do Estado foram exonerados pela Secretaria de Justiça por causa de agressões a presos e facilitação de fugas.
Entre 2008 e 2010 o Estado abriu 1.356 sindicâncias para apurar irregularidades cometidas dentro dos presídios capixabas, de acordo com o jornal A Gazeta.
Segundo o secretário Ângelo Roncalli, qualquer indício de agressão contra preso, constatado pela corregedoria da Sejus, o agente é exonerado imediatamente.
“Os casos que efetivamente chegam até nós, e os corregedores acham indícios de participação do agente em agressão contra preso ou usou da força além da medida, o servidor é imediatamente exonerado. Como a maioria ocupa cargos comissionados, ou seja, de confiança, se pairar qualquer dúvida sob o procedimento ele é demitido. Isso tem sido uma prática da Secretaria”, disse Roncalli à rádio CBN.