Parecem muito bem intencionadas as ações do novo comandante geral da Polícia Militar do Espírito Santo, coronel Ronalt Willian, em manter o descanso adequado para os policiais militares através de uma justa escala de serviços.
Ele, entretanto, garantiu que vai combater o “bico”. O discurso de combate ao “bico” na Polícia Militar sempre foi vazio. Isso porque nada se propôs em governos anteriores para resolver esse sério problema de complementação salarial dos policiais.
Um policial militar no Espírito Santo ganha menos da metade de um PM do Distrito Federal. Aqui, o salário chega a R$ 2,4 mil por mês, já contando com as escalas especiais.
Havia uma expectativa – que, felizmente, não se confirmou – de que o novo comandante poderia desfazer o que seu sucessor, coronel Anselmo Lima, havia assinado, antes de ser exonerado, que era a mudança na escala de serviço dos militares. Todavia, o coronel Ronalt Willian garantiu que manterá a escala determinada por Anselmo.
A Portaria nº 540-R, publicada no Boletim do Comando Geral nº 39 de 29 de setembro de 2011, diz que a partir de agora os militares do efetivo operacional empregado em Viaturas de Rondas Ostensivas (RO´s) e Postos de Trânsito passam a ter a escala de serviço na modalidade de revezamento de 12 horas por 24 horas e 12 horas por 72 horas.
O militar passa a entrar no serviço às 7h30 e trabalha até as 19h30. Fica de folga 24 horas e volta ao trabalho às 19h30, permanecendo na escala até as 7h30 do dia seguinte. Após esse período, o militar passa a ter direito a folga de 72 horas (três dias), mas tem que participar de escala especial de seis horas no terceiro dia da folga.
O coronel Willian disse, em recentes entrevistas, que estava há 28 anos se preparando para o cargo de comando geral da PM. Deste modo, ele demonstra ser bem mais intencionado do que os últimos comandantes que passaram pela Polícia Militar capixaba.
Ronalt Willian tem oportunidade para dar a sua contribuição e deixar seu nome gravado de maneira positiva na história da Corporação como alguém que fez algo diferente em favor da qualidade de vida de sua tropa. É um bom começo. Vamos esperar o que vai acontecer a partir de agora.
Ficou bem claro na posse do novo comandante, na noite de segunda-feira (10/2010), em solenidade no Quartel do Comando Geral, em Maruípe, o apoio do governador Renato Casagrande. Esse apoio se tornará indispensável para o êxito de comando do coronel Willian.
O novo comandante tem demonstrado uma outra disposição diferente de seus antecessores, principalmente o coronel Anselmo Lima. No governo de Paulo Hartung, os comandantes gerais da PM praticamente colocaram uma mordaça em suas bocas. Nunca vinham a público dar satisfação de seus atos ou dos atos de seus subordinados. Nunca vinham a público explicar porque a segurança pública foi tão mal.
Expressavam-se sempre por intermédio de nota divulgada por seus assessores de imprensa. Os modelos das notas eram sempre os mesmos.
O novo comandante, no entanto, está quebrando esse paradigma, demonstrando que o verdadeiro comandante geral da PM é ele: coronel Ronalt Willian.
É isso, aí, coronel: a polícia tem de ter cara. A sociedade prefere assim.