A droga que não escolhe classe social e tem destruído famílias inteiras em todo o País, começa a ser combatida com maior rigor a partir de hoje no Distrito Federal. Às 15 horas, o governo lança o Plano de Enfrentamento ao Crack e a outras Drogas, orçado em R$ 65 milhões, que deverão ser gastos em quatro anos. As informações são do jornal Correio Braziliense.
Com esses recursos, o Executivo promete desenvolver ações que envolvem setores como a saúde, assistência social, educação e segurança. Entre as principais medidas, estão a construção de unidades e a contratação de profissionais para tratar os dependentes químicos. No total, 15 secretarias participam do programa, que será dividido em três pilares: prevenção, tratamento e repressão.
O lançamento do plano, que deve contar com a presença da presidente Dilma Rousseff, será feito pelo governador Agnelo Queiroz (PT) durante a inauguração do primeiro Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (Caps AD) 24 horas da capital, localizado próximo à Rodoviária do Plano Piloto, no antigo Touring.
A unidade terá um ambulatório móvel para atender a população de rua. A primeira ação será contratar 250 profissionais para atuar nas unidades terapêuticas do DF e nos Caps AD.
Atualmente, a estrutura de assistência a dependentes químicos é insuficiente para a reabilitação de viciados. Segundo o Correio Braziliense, existem apenas 12 Caps em todo o Distrito Federal, que hoje concentra mais de 2,5 milhões de habitantes. Apenas quatro são voltados para o tratamento de álcool e drogas.
Além da unidade que será inaugurada hoje, a previsão é que até o fim deste ano mais seis Caps AD sejam construídos. Além do Plano Piloto, o tráfico e o consumo de drogas são problemas considerados críticos em cidades como Taguatinga e Ceilândia.
Por isso, o governador vai autorizar a criação de Caps nessas últimas duas regiões. “Haverá um combate implacável ao tráfico nessas três cidades do DF, onde a presença da droga é mais agressiva. Vamos instalar no centro da cidade nossa área de segurança com policiamento permanente e varrer o tráfico das ruas, além de intensificar as ações nas portas das escolas. Brasília vai ser um exemplo para o Brasil no enfrentamento do crack”, garante Agnelo Queiroz.
Uma novidade do plano é a criação de um consultório de rua. Em uma van, psicólogos, médicos e agentes sociais vão trabalhar com os usuários. A princípio, o governo não quer fazer internações compulsórias, a exemplo da ação adotada no Rio de Janeiro.
“O DF segue normas internacionais feitas pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que preveem a impossibilidade da internação compulsória. Não vamos descumprir isso. As pessoas serão convencidas nas ruas a se tratar”, afirmou o secretário de Justiça, Alírio Neto.
Porém, ele admite que se a equipe de tratamento perceber uma dificuldade do usuário em responder pelos próprios atos, a internação imediata pode ser feita com autorização judicial. (Texto do Correio Braziliense)