O secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Henrique Herkenhoff, preferiu não fazer qualquer comentário sobre o pedido de federalização das investigações do assassinato do juiz Alexandre Martins de Castro Filho, ocorrido no dia 24 de março de 2003.
Indagado pelo Blog do Elimar, nesta quinta-feira (26/05), sobre o que achava do pedido de federalização feito pela Associação de Mães e Familiares de Vítimas de Violência (Amafavv/ES), o secretário apenas respondeu, por intermédio de sua assessoria de imprensa, que, seja qual for a decisão, ele (secretário), irá acatar.
“Seja qual for a decisão, o secretário irá acatar. Mas não se manifestará sobre o assunto enquanto ela (federalização) não ocorrer”, respondeu a assessoria, em nome de Henrique Herkenhoff.
O pedido de federalização das investigações foi feito pela presidente da Amafavv/ES, Maria das Graças Nascimento Nacort. O pedido se encontra nas mãos do procurador Geral da República, Roberto Monteiro Gurgel Santos em Brasília.
Quatro acusados de executar o juiz, em março de 2003, já foram condenados, assim como dois sargentos acusados de serem os supostos intermediários do crime. Já os dois acusados (o juiz aposentado Antônio Leopoldo e o coronel da reserva Walter Gomes Ferreira) de serem os supostos mandantes aguardam julgamento em liberdade.
O governo do Estado sustentava, até o fim da era Paulo Hartung, que o juiz Alexandre Martins foi vítima de crime de mando. O homem que atirou no juiz, Odessi Martins, o Lombrigão, garante que atirou no juiz porque Alexandre Martins teria reagido ao roubo de sua caminhonete.
Essa versão Lombrigão deu um dia depois do crime, quando ainda estava foragido, em telefonema à Redação de A Tribuna, cuja entrevista foi publicada pelo jornal em sua edição do dia 26 de março de 2003.
Quando o juiz Alexander Martins de Castro Filho foi assassinado, em março de 2003, em Itapoã, Vila Velha, Henrique Herkenhoff era o chefe da Procuradoria Regional da República no Espírito Santo. Posteriormente, ele foi transferido para São Paulo, onde acabou promovido a desembargador federal. Voltou este ano ao Estado para assumir a Sesp.
Henrique Herkenhoff chegou a atuar em conjunto com Alexandre Martins durante o período em que a Polícia Federal promoveu uma intervenção “branca” no Estado, com um grupo de elite que investigou várias ramificações do crime organizado.
Esta é a primeira vez que o governo atual é provocado a falar sobre o pedido de federalização do caso Alexandre Martins. No dia 24 de março, data de aniversário do assassinato do juiz, o pai dele, o advogado e professor Alexandre Martins de Castro, promoveu um seminário em Vitória para abordar o combate ao crime organizado.
Na oportunidade, o juiz Carlos Eduardo Lemos Ribeiro, que atuou também com Alexandre Martins, e o deputado estadual Rodney Miranda, que foi secretário de Estado da Segurança na ocasião do assassinato do magistrado, criticaram duramente o pedido de federalização das investigações, argumentando a Polícia Civil, o Ministério Público e o Judiciário cumpriram todos os procedimentos legais.