O cabo PM Elmo Carlos Luppi, 53 anos, denunciou ter sido agredido com palavrões e com um soco no rosto pelo comandante da 1ª Companhia do 5° Batalhão da Polícia Militar (Aracruz), capitão Fábio Fachetti. A agressão, segundo ele, ocorreu dentro do imóvel onde se localizam a Companhia e a sede do Procon de Aracruz.
A agressão, segundo Luppi, ocorreu na manhã de quinta-feira (19/05) e somente nesta sexta-feira o comando do 5° BPM teria mandado abrir Inquérito Policial Militar contra o capitão Fachetti.
Cabo Luppi, que é lotado na 1ª Companhia e faz policiamento na rua – ele dirige uma viatura –, conta que foi chamado por um sargento para comparecer à sede da unidade. Chegando lá, foi informado que o capitão Fachetti havia ordenado a lhe dar notificações por ter faltado a três escalas especiais em campos de futebol.
“Só que eu ponderei que faltei às escalas especiais porque desconhecia ter sido escalado. Ninguém me avisou e nos dias em questão eu estava tirando serviço em outro posto militar”, alega Luppi.
“Fiquei chateado e disse que o que estavam fazendo comigo era uma safadeza, porque ninguém me avisou sobre a escala”, continuou cabo Luppi.
“O capitão Fachetti, que estava na mesma sala conversando com outra pessoa, ouviu minhas reclamações. Eu fui embora e já havia saído da sala principal da Companhia e passava próximo ao Procon, que funciona no mesmo prédio, quando fui surpreendido pelo capitão. Ele começou a me xingar de filho de uma égua, de safado, vagabundo”, prosseguiu Luppi.
“Eu respondi: capitão, o senhor não fala assim comigo, não! Foi quando ele me deu um soco no rosto. Coloquei as mãos na frente e sofri luxação e um dos dedos. Na hora dois colegas me seguraram e me levaram embora, para ser medicado”, relatou cabo Luppi ao Blog do Elimar.
O caso deveria ter sido levado na mesma hora para a Corregedoria Geral da PM, mas como na sede da Companhia não havia nenhum oficial superior ao capitão Fachetti, nada foi feito para apurar a denúncia de agressão.
Somente na quinta-feira à noite, quando o caso chegou ao conhecimento da Associação de Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Estado do Espírito Santo (ACS/PMBM/ES), é que providências começaram a ser tomadas.
O comandante do 5° BPM, tenente-coronel Ilton Borges Correia, teria já mandado instaurar um IPM contra o capitão Fachetti.
“Tenho 29 anos e dois meses de Polícia Militar e nunca passei por tamanha humilhação”, diz cabo Luppi.
Procurado na sede da Companhia e no Batalhão de Aracruz pelo Blog do Elimar, o capitão Fachetti não foi encontrado.
Tão logo tomou conhecimento da denúncia de agressão ao cabo Luppi, a ACS/PMBM/ES enviou para Aracruz seu diretor Flávio Gava. Ele elaborou um ofício, entregue ao comandante do 5° BPM, tenente-coronel Ilton Borges, solicitando abertura imediata de uma investigação; a transferência do cabo da subordinação do capitão Fachetti; que Luppi e testemunhas da confusão sejam ouvidos no IPM; e que a Corregedoria Geral da PM seja comunicada sobre o fato.
Assim que recebeu o ofício da ACS/ES, o tenente-coronel Ilson Borges passou a tomar todas as providências cabíveis referentes ao caso, já tendo, inclusive, determinado ao tenente Landa, chefe do Cartório do 5ºBPM, que encaminhasse o cabo Luppi a um hospital de Aracruz para a confecção de laudo de lesões corporais e, por conseguinte, determinou ao mesmo oficial que ouvisse e baixasse a termo o depoimento do militar supostamente agredido.