O comandante geral da Polícia Militar, coronel Oberacy Emmerich Júnior, pode colocar a corporação no centro de uma nova polêmica.
Contrariando decisão da Comissão de Promoção para Oficiais da PM do Espírito Santo, Emmerich acaba de indicar para ser promovido a coronel o tenente-coronel Valdir Leopoldino da Silva Júnior.
O motivo da polêmica é que, segundo o site do Tribunal de Justiça, o tenente-coronel Leopoldino responde a quatro ações penais. Em um dos processos, Leopoldino é acusado de integrar a chamada ‘‘Máfia do Guincho’’, denúncia feita pelo Ministério Público Estadual e que se encontra na Auditoria da Justiça Militar.
Na época em que teriam ocorrido irregularidades, Leopoldino era comandante do Batalhão de Polícia de Trânsito Rodoviário e Urbano (BPTran). Segundo o MP, as empresas responsáveis por guinchar veículos no Estado repassavam certa quantia em dinheiro para cada carro guinchado para o BPTran, por intermédio da Associação dos Servidores Militares do BPTran.
Por conta dos processos judiciais, integrantes da Comissão de Promoção para Oficiais decidiu que o tenente-coronel Leopoldino não poderia ser promovido para coronel – pelo menos enquanto estiver respondendo aos processos.
No entanto, na última quarta-feira (15/12), o coronel Emmerich – o comandante geral da PM não é obrigado a seguir orientações ou decisões de seus conselhos ou comissões – resolveu bancar a promoção de Leopoldino, enviando ao procurador geral do Estado, Rodrigo Rabello Vieira, e ao governador Paulo Hartung o pedido para que a promoção do tenente-coronel Leopoldino seja ratificado.
Leopoldino não está sozinho no processo que investigou a ‘‘Máfia do Guincho’’, termo dado pelo Ministério Público. De acordo com o processo número 024.09.003028-9, na mesma ação constam também outros coronéis: Antônio Carlos Coutinho (ex-comandante geral da PM); Carlo Marx Siqueira Rocha (ex-subcomandante geral da PM) e Altiere de Carlo da Silva Júnior.
O que intriga o restante da tropa é que um praça – soldado, cabo ou sargento –, para ser promovido, não pode sequer estar respondendo a processo administrativo no âmbito da própria PM. O praça costuma ficar até quase 30 anos sem direito a promoção por causa de qualquer tipo de investigação, mesmo internamente.