Pesquisa divulgada nesta sexta-feira (12/11) pelo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mantém o Espírito Santo no topo de um dos estados mais violentos do País. Uma triste realidade do que o senador e governador eleito Renato Casagrande vai enfrentar ao tomar posse no Palácio Anchieta, no dia 1° de janeiro de 2011.
Dados de 2009 do IBGE indicam que o Espírito Santo ocupa a triste segunda colocação entre os estados em que há mais mortes violentas entre homens jovens e adultos. Entende-se por mortes violentas homicídio, acidente e suicídio.
A culpa, como sempre, será colocada no envolvimento de jovens com o uso de drogas. Se existe guerra do tráfico declarada, como afirmam as autoridades capixabas, esta guerra deveria ser combatida com eficiência. Se fosse, o número de mortes seria reduzido.
Eficiência na segurança pública significa mais policiamento ostensivo nas ruas; ocupações permanentes das polícias Militar e Civil em áreas de risco – onde há maior domínio de traficantes –, mais resultados positivos da Polícia Civil na elucidação de assassinatos, tentativas de homicídio; a adoção de um trabalho em conjunto entre os Serviços de Inteligência da PM e da Polícia Civil para descobrir e estourar pontos de vendas de drogas. E por aí vai…
Um detalhe: há quanto tempo as polícias Civil e Militar do Espírito Santo não fazem uma ação em conjunto? Há quanto tempo não se vê uma ação das duas instituições, com o Ministério Público Estadual, atrás de grupos de extermínio que agem na Grande Vitória a mando de traficantes? Portanto, modos de agir não faltam. O que falta é colocar as ações em prática.
Site do IBGE informa que, após ter crescido ao longo dos anos, desde a década de 80 (especialmente entre homens jovens e adultos), o percentual de mortes por causa violenta vem apresentando uma leve tendência ao declínio.
Em 1990, a proporção de mortes masculinas com causas violentas no Brasil era de 14,2 % do total de óbitos; esse número aumentou para 16,2% em 2002; e, em 2009, voltou a 14,9%, com pico no Centro-Oeste (18,3%) e destaque negativo para os estados do Mato Grosso (23,8%), Espírito Santo (21,3%), Alagoas (21,1%) e Pará (20,1%).
Entre as mulheres, a proporção se manteve praticamente estável ao longo de todo o período, com valores levemente superiores a 4%, também com tendência de queda, segundo o IBGE.
Só nas regiões Norte (5,40%) e Centro-Oeste (5,11%), esse percentual se manteve acima de 5%, com destaque (como sempre negativo) para Mato Grosso (7,48%), Amapá (6,36%), Maranhão (6,35%) e Tocantins (6,31%).
Técnico dos IBGE chamam a atenção sobre o fato de homens serem mais vítimas de morte violenta do que as mulheres em todo o País. Em 2009, as estatísticas informam que houve quatro mortes de homens para cada uma de mulgber, com destaques para as regiões Nordeste (4,6) e Sul (4,2) e para os estados do Rio de Janeiro (5,5), Bahia (5,3), Alagoas (5,3), Paraíba (5,3) e Pernambuco (5,2).
Os números indicam que a violência atinge mais a população masculina jovem. Em 1999, na faixa de 15 a 24 anos, 69,5% dos óbitos masculinos estavam relacionados às causas violentas.
Esse percentual aumentou para 69,3% em 2004 e voltou a cair, chegando a 67,9% em 2009.Uma tendência oposta foi verificada nas regiões Nordeste (58,7% em 1999 para 62,7% em 2009) e Sul (66,5% em 1999 para 70,9 em 2009); já o Sudeste, mesmo com declínio, ainda apresentou os maiores percentuais da faixa etária, de 76,7% em 1999 para 73,7% em 2009.
Entre as mulheres, no mesmo período, o percentual nacional de mortes violentas ficou praticamente estável em torno de 33% do total de óbitos, com leve queda em âmbito nacional e a mesma tendência oposta de aumento no Nordeste (de 26,6% para 29,7%) e no Sul (de 35,9% para 38,6%).