Pela primeira vez o Comando Geral da Polícia Militar do Espírito Santo se pronunciou, oficialmente, sobre a prisão do tenente-coronel Welinton Virgílio Pereira. Foi justamente na passagem de comando do 14° Batalhão (Ibatiba), que era comandado por Welinton até o dia 30 de novembro, quando ele foi preso, junto com um grupo de policiais militares, pela Polícia Civil e Ministério Público Estadual, pela acusação de proteger um empresário da região do Caparaó suspeito de agiotagem, extorsão e pistolagem.
Logo após sua prisão, Welinton perdeu o posto de comandante do 14° BPM, sendo substituído por seu subcomandante, o major Gunther Wagner Miranda. Na quinta-feira (29/12), Gunther foi substituído pelo ainda major Alexandre Quintino Moreira, que em breve será promovido a tenente-coronel.
O protesto oficial pela prisão de Welinton foi feito pelo subcomandante geral da PM, coronel Dejanir Braz Pereira da Silva. Foi feito na presença do secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Henrique Herkenhoff, do comandante geral da PM, coronel Ronalt Willian, e demais autoridades civis e militares, segundo o jornal A Notícia do Caparaó, presentes à Câmara de Vereadores de Ibatiba, onde ocorreu a solenidade de transmissão de cargo do novo comando do 14° BPM.
Segundo o coronel Silva, Weliton era um verdadeiro comandante. “Aqui ele cresceu na carreira militar e, junto com ele, a Companhia Destacada se tornou uma Companhia Independente e há pouco tempo um batalhão”.
Para o subcomandante geral da PM, o que mais causa pesar são as circunstâncias “obscuras e estranhas” em que se deu a prisão do tenente-coronel Weliton:
“Até agora não temos informações ou fatos contundentes sobre essa operação. Creio na presunção da inocência e todos esperamos esclarecimentos sobre isso”, ressaltou o coronel Dejanir, que já foi corregedor geral da PMES e considerado linha dura na corporação quando o assunto é investigar os próprios militares.
O jornal A Notícia do Caparaó informa ainda que, “revoltado com a operação que efetuou na prisão dos militares da região”, o comandante geral da PM, coronel Ronalt Willian, afirmou ter enviado relatório ao chefe da Polícia Civil, delegado Joel Lyrio Júnior, e à Procuradoria Geral de Justiça, “para que possam ser apuradas as irregularidades e ilegalidades da operação”.
“A missão da Polícia Militar é intransferível. Somente nós atendemos a população a qualquer dia, qualquer hora e em qualquer lugar. Infelizmente esse trabalho não é reconhecido”, lamentou o coronel Willian, segundo A Notícia do Caparaó.