O ex-governador Renato Casagrande (PSB) disse em uma inserção no horário eleitoral gratuito da TV a que seu partido tem direito que a situação da segurança pública no Espírito Santo está insuportável. Na inserção de um minuto, Casagrande aponta a falta de diálogo do atual governo (Paulo Hartung) com a sociedade e demais instituições, o abandono dos programas sociais e “terceirização” na condução das ações de prevenção e combate à criminalidade como alguns dos motivos para o aumento da violência no Estado.
“A situação está insustentável”, começa Renato Casagrande ao expor o momento que atravessa a segurança pública. Segundo o ex-governador, responsável pela adoção de um dos principais programas de prevenção e combate à violência no Brasil – no período de 2011 a 2014 –, que foi o Estado Presente, a cada dia os capixabas vivem um drama diferente. E pergunta: “Como resolver isso?”
O próprio Casagrande ensina: “Dialogando com a sociedade, que não aguenta mais tanta violência. Todos os dias a população se depara com um novo caso; com um novo drama humano. É preciso ter diálogo para resolver a crise. É igual na casa da gente: se o pai ou mãe não conversa com os filhos, a desordem se instala”. E diz mais: “Dialogando com as instituições”.
Para o ex-governador, “é preciso manter e ampliar os programas sociais na administração que ofereçam oportunidades às pessoas”. Segundo Casagrande, “é gerenciado um Estado presente (aqui, ele faz menção ao bem sucedido programa Estado Presente que durou quatro anos na sua gestão) na prevenção e no controle da violência. Esse é um trabalho que não pode ser terceirizado”.
Foi assim que Casagrande fez em seus quatros anos de governo. Ele próprio conduzia pessoalmente as reuniões do Estado Presente, no gabinete instalado na sede da então Secretaria de Estado Extraordinária de Ações Estratégicas, comandada pelo secretário Álvaro Rogério Duboc Fajardo, no Palácio da Fonte Grande.
Uma vez por mês, o governador Renato Casagrande participava das reuniões, ao lado de oficiais da Polícia Militar; delegados das Polícias Civil e Federal, inspetores da Polícia Rodoviária Federal; membros do Ministério Público Estadual e do Tribunal de Justiça – promotores de Justiça e juízes –; e com diversos secretários de Estado e demais órgãos públicos, sobretudo das áreas sociais.
Eram reuniões de avaliação, em que Casagrande cobrava resultados e, ao mesmo tempo, estimulava as equipes a trabalhar com afinco na prevenção e no combate à criminalidade. O estilo de administrar a segurança pública, com a presença do governador do Estado, rendeu bons frutos:
“Repito: este é um trabalho que não pode ser terceirizado. Foi assim em meu governo. Em quatro anos, reduzimos os índices de homicídios. Resgatamos a autoestima das forças policiais. Alcançamos a menor taxa de homicídios em 22 anos no Espírito Santo”.
Para Renato Casagrande, o momento que a segurança pública do Estado atravessa é difícil: “O governo atual retirou todos os investimentos importantes para a segurança pública, fragilizando, assim, o setor. O momento é difícil e exige comprometimento com a vida das pessoas”, finalizou Renato Casagrande, que é o presidente da Fundação João Mangabeira, do PSB.
Enquanto durou Estado Presente, o governo realizava, semanalmente, encontros nas diversas comunidades de todo o Estado. Tratava-se da Ação Integrada pela Cidadania, que oferecia espaço de cidadania, cultura, lazer e serviços e divulgação da cultura da paz. Moradores, sobretudo de áreas sociais vulneráveis, tinham acesso a serviços como emissão de documentos, atendimento médico, orientação jurídica, corte de cabelo, entre outros. Tudo oferecido dentro do Programa Estado Presente, que foi extinto.