O governador Renato Casagrande se reuniu, na manhã desta segunda-feira (03/02), com o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, em Brasília. Ao lado da bancada federal capixaba, o governador solicitou a ajuda financeira do Governo Federal para a reconstrução das cidades atingidas pelas fortes chuvas de janeiro. De acordo com o relatório entregue ao ministro, o prejuízo estimado no Espírito Santo foi de R$ 666.811.746,91.
O Governo capixaba também vem fazendo sua parte na tentativa de reconstrução das cidades afetadas pelas chuvas. Tanto que nesta terça-feira (04/02) vai anunciar o repasse de recursos na ordem de R$ 214 milhões para os municípios.
Em Brasília, Casagrande informou que, no total, 639 edificações e 221 pontes foram destruídas ou danificadas pelas chuvas de janeiro, além de 199.320 metros quadrados de estradas, rodovias e contenções.
Foi estimado um prejuízo de R$ 71,05 milhões em edificações privadas, outros R$ 74,79 milhões em edificações públicas e mais R$ 520,95 milhões em danos à infraestrutura.
O relatório da Defesa Civil Estadual aponta ainda que 39 municípios e 60.605 pessoas foram afetadas pelas chuvas no Espírito Santo. O primeiro impacto do desastre aconteceu no final da tarde do dia 17 de janeiro. O segundo impacto ocorreu no dia 24 seguinte. Foi decretado Estado de Calamidade Pública em seis municípios e de Situação de Emergência em outros 16. O agravamento do cenário de desastre ocorreu nas regiões Sul e do Caparaó, bem como em algumas cidades das regiões Serrana, Norte e Noroeste do Estado.
Durante o encontro, Casagrande agradeceu ao Governo Federal pela sua atuação na resposta ao desastre e enfatizou a importância também nos trabalhos de reconstrução do Espírito Santo:
“Primeiro meu agradecimento ao Governo Federal e ao ministro Canuto, que estiveram conosco desde o início com o major Braun e com o Exército. Tivemos enxurradas e áreas de inundação. Tivemos perda de vidas e habitações. Queremos ajudar os municípios a montarem seus planos de trabalho. Vamos fazer a montagem de um escritório liderado pela Defesa Civil, com participação do DER-ES. A participação do Governo Federal é fundamental. Nosso prejuízo total é de quase R$ 667 milhões. Sabemos que o Governo Federal não dará todo esse montante, mas é importante que conheçam a nossa situação”, apontou o governador.
O ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, afirmou que o Governo Federal dará prioridade às demandas mais críticas para a população.
“Gostaria de nos solidarizar com todas as vítimas e parabenizar o trabalho feito pelo Governo do Estado. Tivemos a oportunidade de estar lá no domingo [dia 26 de janeiro] e vimos a situação. Precisamos trabalhar com muita cautela e precisão para agir. Não existe uma pré definição da divisão dos recursos anunciados de quase 1 bilhão de reais”, afirmou.
De acordo com Canuto, a liberação desses recursos vai demandar uma análise rigorosa. “Não significa que quem chegar primeiro vai receber primeiro. Será feito de forma cautelosa. Não é uma corrida de demandas. Nossa equipe vai fazer o possível para priorizar o que é mais crítico e o grau de sofrimento das pessoas. A questão não é apenas números, mas vamos olhar o que aquele problema está causando na população’, disse o ministro.
Renato Casagrande lembrou que o Governo do Estado iniciou o trabalho de recuperação das cidades atingidas.
“Já estamos fazendo algumas obras emergenciais, como a reconstrução de pontes. A bancada federal tem sido uma parceira importante. Estaremos com o ministro [da Economia] Paulo Guedes na quarta-feira (05/02) e queremos colocar nossa Defesa Civil inteiramente à disposição. Temos mapeadas todas as áreas de risco dos 78 municípios. Esse é um trabalho permanente que temos que fazer”, frisou o governador capixaba.
Rose defende projeto de estruturação continuada das cidades para evitar novas catástrofes
Na reunião, a senadora Rose de Freitas (PODE-ES) propôs a promoção de um projeto contínuo de estruturação das cidades para evitar tanto sofrimento com as calamidades:
“Defesa Civil tem de funcionar permanentemente, pois quando vem um desastre imprevisível, as vidas vão embora, a infraestrutura vai embora, inviabiliza a possibilidade de as pessoas continuarem trabalhando para sustentar suas famílias e a cidade acaba, como é o caso de Iconha, onde houve uma tragédia. Por isso precisamos promover um projeto contínuo de estruturação ”, defendeu Rose, que está licenciada do mandato para tratamento de saúde, mas uniu forças com parlamentares e Governo neste momento de reconstrução.
O ministro Gustavo Canuto, por sua vez, lembrou que a responsabilidade é de todos os cidadãos nesta luta no Espírito Santo.
“Defesa Civil é um sistema, não é um órgão. Depende de todos, inclusive do cidadão, mas depende muito dos municípios e do Estado. Então, cada atitude, cada comportamento, inclusive da Secretaria de Limpeza, daquela pessoa que não joga lixo no bueiro, não compromete as bocas-de-lobo, isso é uma atitude de prevenção constante e que pode, sim, evitar desastres muito maiores. Todos nós fazemos parte desse sistema”, ensinou o ministro.
Participaram também do encontro o coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel BM André Có; o secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, coronel Alexandre Lucas; o diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), major Armin Braun; o coordenador da bancada, deputado federal Josias Da Vitória; além dos senadores Marcos do Val, Rose de Freitas e Luiz Pastore (suplente de Rose); e os deputados federais Ted Conti, Lauriete, Sérgio Vidigal e Soraya Manato.