O pronunciamento do deputado estadual José Esmeraldo (MDB), durante a sessão virtual da Assembleia Legislativa na segunda-feira (09/11), causou revolta e foi parar na polícia. O deputado disse que um servidor público cometeu tentativa de suicídio dentro da Prefeitura Municipal de Vitória, cortando sua jugular, após operação da Polícia Federal na sede do Poder Executivo Municipal, ocorrida na quinta-feira (05/11) passada.
Para a família do funcionário público, José Esmeraldo estaria usando um drama pessoal para produzir fake news e favorecer determinado grupo político – Sérgio Sá, filho de Esmeraldo, é candidato a prefeito de Vitória e encontra-se com apenas 5% das intenções de voto, segundo última pesquisa do Ibope.
A esposa do servidor público registrou Boletim de Ocorrência no 5º Distrito Policial (Delegacia de Goiabeiras) contra a atitude do parlamentar.
De acordo com o jornal eletrônico ES Hoje, José Esmeraldo afirmou que “fontes ligadas a funcionários da Prefeitura de Vitória informaram que no dia seguinte (06/11) à operação da Polícia Federal, entre 8 horas e 9 horas, um servidor público foi encontrado no banheiro com suspeita de suicídio”.
Ainda segundo a mesma publicação, o deputado também afirmou que o funcionário é gerente de Tecnologia e “ estava sofrendo pressão por não ter dado fim aos arquivos que estavam em um dos computadores apreendidos na operação”.
Indignada, a esposa do servidor público – ele está internado – procurou a Polícia Civil e registrou seu desabafo no Boletim Unificado número 43596229, afirmando que as palavras do deputado José Esmeraldo são caluniosas. Ela pontuou diversos trechos do pronunciamento do parlamentar e fez os desmentidos:
1) “De acordo com o parlamentar, um servidor teria atentado contra a própria vida ao cortar sua jugular após uma operação da Polícia Federal no local.”
Não existe ligação alguma entre a “operação da Polícia Federal”, fato esse ocorrido em outra secretaria, e a tentativa de suicídio do meu esposo, que trabalha na área de TI do município de Vitória.
2) “O deputado também afirmou que o servidor é gerente de administração de infraestrutura e tecnologia e estava sofrendo pressão por não ter dado fim aos arquivos que estavam em um dos computadores apreendidos na operação”.
Eu desconheço a apreensão de outro computador, pois o computador de trabalho do meu marido está aqui na minha casa, desde o ocorrido.
3) “O deputado ainda afirmou que o servidor está no Hospital São Lucas e que, hoje, foi transferido para a UTI em estado grave. Por fim, fez insinuações de que o fato de o site da PMV ter ficado fora do ar durante toda essa segunda-feira teria alguma relação com a operação da Polícia Federal.”
Hoje, dia 09/11, o meu marido recebeu alta da UTI e já se encontra no quarto, se recuperando bem e terá alta em breve.
A esposa do servidor público desabafou:
“Acho desumano usar a fragilidade da doença de uma pessoa, que está em estado de depressão, para fins políticos e eleitorais, expondo a família e colocando em risco a vida do meu marido novamente.
A policial civil responsável pelo recebimento do BU fez o seguinte despacho no documento:
“Considerando que se trata de crime de Ação Penal Privada, a vítima foi orientada a ingressar em Juízo com a Queixa-Crime, no prazo decadencial de seis meses, por meio de advogado ou defensor público”.