Deputados que integram a Frente Parlamentar em Defesa da Construção da EF-118 e Porto Central, da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, conheceram na quinta-feira (14/03) o andamento do projeto da linha férrea que interligará o município de Santa Leopoldina ao Porto de Ubu, em Anchieta, no litoral Sul capixaba, em visita à Vale. Conhecido como Ramal Anchieta, o trecho é uma continuação da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM) e também será construído e operado pela mineradora. O primeiro trecho da ferrovia vai cortar seis municípios: Santa Leopoldina, Cariacica, Viana, Vila Velha, Guarapari e Anchieta.
O presidente da Frente Parlamentar que trata do tema, Tyago Hoffmann (PSB), ressaltou a importância da iniciativa para estimular a economia do Estado, sobretudo na Região Sul, por conta da indústria petrolífera. A comitiva foi formada ainda pelo membro efetivo do colegiado Bispo Alves (Republicanos) e pelo presidente da Comissão de Infraestrutura, Alexandre Xambinho (Podemos).
“Entendendo a importância desse ramal para a economia do Espírito Santo, em especial da Região Sul. Nosso objetivo é unir esforços com intuito de interagir com a Vale, entender em que pé o projeto está”, explicou o deputado Tyago Hoffmann, que é assíduo defensor da pauta do turismo. Segundo ele, o projeto vai fomentar a economia e geração de emprego e renda, visto que serão aproximadamente 1.500 empregos gerados diretamente pela iniciativa da Vale.
“Nós criamos essa Frente Parlamentar para acompanhar as ações da Vale e do Governo do Estado na construção desse ramal ferroviário, sabendo da sua importância para a geração de emprego e renda e para o desenvolvimento da região Sul do Estado”, pontuou Tyago.
A gerente de Regulatório da Vale, Danielle Pinto, deu detalhes do projeto, cuja primeira fase contempla 80 quilômetros de linha tronco de Santa Leopoldina até Anchieta. Já a segunda fase inclui a construção de mais 20 Km (alça de Ubu), conectando a linha principal ao porto, totalizando 100 km de ferrovia. Com orçamento estimado em R$ 6 bilhões, as obras devem demorar 60 meses a partir da liberação. De acordo com a executiva da mineradora, trabalhos de topografia, sondagem, otimização de traçado, projeto básico, avaliação imobiliária, estudos ambientais e sociais na linha tronco já foram concluídos. Em relação à alça, estão em execução a sondagem, otimização do traçado, projeto conceitual, além dos estudos ambientais e sociais.
A gerente Danielle Pinto avaliou os trabalhos como “desafiadores” por causa das desapropriações que serão realizadas (sobretudo pelo adensamento urbano em Viana) e devido ao traçado da ferrovia, que passará por áreas alagadas. A avaliação é que essas dificuldades gerem aumento no valor dos custos. Até agora o projeto já despendeu mais de R$ 44 milhões.
Segundo explicou Danielle Pinto, as desapropriações e o licenciamento ambiental são os próximos passos. Ela ressalvou ainda que esses trens não farão o transporte de passageiros, apenas de carga, visando ao desenvolvimento industrial.
Presidente Kennedy
O segundo eixo sobre o qual a Vale se debruça é a Ferrovia Kennedy, que é o primeiro trecho da EF-118. Essa parte da linha férrea tem 87 km e faz a ligação entre Anchieta e o Porto Central. Nesse caso, a multinacional doará somente o projeto ao Governo do Estado – o que está previsto para o segundo semestre. A empresa também deve entregar o estudo ambiental para o Executivo. A Vale não vai operar a via e o entendimento é que o Estado procure o Governo Federal para viabilizar a priorização do projeto da ferrovia dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).