Pesquisa realizada pela Genial/Quaest e divulgada neste domingo (07/01) mostra que, um ano após o 8 de Janeiro, as invasões aos prédios dos Três Poderes – Supremo Tribunal Federal, Congresso Nacional e Palácio do Planalto -, em Brasília, são duramente rejeitadas mesmo entre os bolsonaristas. Pelo menos 85% dos eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições de 2022, desaprovam os atos. O índice era de 90% na última rodada do levantamento, realizada em fevereiro de 2023, um mês após aos ataques criminosos e antidemocráticos aos Poderes. A mesma pesquisa aponta também que os brasileiros se dividem sobre a influência do ex-presidente no episódio criminoso.
No geral, segundo a pesquisa, 89% dos brasileiros não concordam com as invasões e 6% aprovam. A desaprovação é maior entre os eleitores de Lula, presidente então recém-eleito que os atos golpistas tentaram derrubar. Neste caso, o índice é de 94% — eram 97% na primeira rodada.
“A rejeição aos atos do dia 8 de janeiro mostra a resistência da democracia brasileira. Diante de tanta polarização, é de se celebrar que o país não tenha caído na armadilha da politização da violência institucional”, avalia Felipe Nunes, diretor da Quaest. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais e o nível de confiança, 95%. Foram realizadas 2.012 entrevistas presenciais entre os dias 14 e 18 de dezembro.
A Quaest também mediu a percepção da população sobre o papel de Bolsonaro. Ele é investigado como um dos possíveis incitadores e autores intelectuais da tentativa de golpe. Enquanto a Procuradoria-Geral da República realiza a investigação, os brasileiros se dividem sobre a influência do ex-presidente no episódio.
No momento, 47% dos entrevistados acreditam que Bolsonaro influenciou de alguma forma os eventos do 8 de janeiro, enquanto 43% consideram que não houve interferência dele. O placar é mais apertado do que o registrado no primeiro levantamento feito pelo instituto no ano passado. Naquela ocasião, 51% enxergavam influência do ex-presidente contra 38% que não viam assim.