O bolsonarista capixaba Maxcione Pitangui de Abreu, 41 anos, que se passa por publicitário e radialista e que estava foragido da Justiça desde o dia 15 de dezembro de 2022, foi preso nesta quinta-feira, no Paraguai, numa operação que contou com a apoio da Polícia Federal brasileira e da Interpol. Maxi, que teve a prisão decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pela acusação de ataques à democracia e de participar de uma organização criminosa responsável por milícias digitais no Espírito Santo, foi preso junto com o blogueiro Wellington Macedo de Souza, 47 anos – um dos três condenados pela tentativa de explodir uma bomba no Aeroporto Internacional de Brasília, na véspera do Natal do ano passado – e Rieny Munhoz Marcula Teixeira, 32.
As informações sobre a prisão do trio foram divulgadas pela Rádio Ñandutí. A Polícia Nacional do Paraguai confirmou a prisão de três brasileiros, mas não divulgou as suas identidades. Os três serão entregues às autoridades brasileiras na tarde desta quinta-feira, na Ponte da Amizade, que liga Foz do Iguaçu, no Paraná, à Cidade do Leste.
Max Pitangui é um dos alvo dos Inquéritos 4781 (atos contra a democracia) e 4874 (atuação de milícias digitais) que tramitam no STF, sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes. Ele teve a prisão decretada pelo STF, mas conseguiu escapar das ações da Polícia Federal e se escondeu em uma cidade de Minas Gerais. De lá, Max fugiu para o Paraguai, de onde continuava produzindo vídeos com notícias falsas e atacando ministros do STF, o governador Renato Casagrande (PSB), a procudadora-gera de Justiça e chefe do Ministério Público o Estado do Espírito Santo, Luciana Andrade, além de promotores de Justiça e membros do Judiciário capixaba. Max alegava nas rede sociais que havia obtido asilo político no Paraguai.
Nos mesmos Inquéritos que tramitam no STF, são também investigados o jornalista Jackson Rangel (dono do site Folha do ES), o agora vereador afastado Armandinho Fontoura (Podemos/Vitória), o falso pastor Fabiano Oliveira – estes três estão presos desde o dia 15 de dezembro de 2022 –, o deputado estadual Lucínio Castelo de Assumção, o Capitão Assumção (PL), e o ex-deputado Carlos Von Schilgen Ferreira, conhecido pela alcunha de Carlos Von, e o advogado e empresário Gabriel Quintão Coimbra. Os três últimos foram alvos de mandado de busca e apreensão nas mesmas ações. Assumção e Carlos Von, que não foi reeleito em outubro de 2022, cumprem medidas cautelares, dentre as quais o uso de tornozeleira eletrônica.
Max Pitangui estava residindo no Paraguai com sua esposa e teria obtido uma concessão de asilo provisório. Quando ele, Wellington Macedo e Rieny Munhoz foram convocados a comparecer perante a Comissão Nacional para Apátridas e Refugiados (Conare) do governo paraguaio para atualizar informações, se surpreenderam ao descobrir que o pedido de permanência havia sido negado. Ao deixarem o local, foram presos.