Os governadores Renato Casagrande (PSB) e Romeu Zema (Novo) estão reunidos no Palácio Anchieta, em Vitória, para discutir sobre os rumos dos acordos judiciais envolvendo a tragédia de Mariana. O governador de Minas chegou ao Palácio às 12 horas desta segunda-feira (28/08) e foi direto para o gabinete de Casagrande, depois de ser recebido pelo cerimonial. Zema e Casagrande almoçaram no Palácio.
Em maio deste ano, foi reaberta a mesa de Repactuação da Tragédia de Mariana. A reabertura está sendo conduzida pela presidente do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF6), desembargadora Mônica Sifuentes. Com a criação do TRF6 (que abrange o Estado de Minas Gerais), em agosto de 2022, o órgão passou a ter responsabilidade sobre o caso, já judicializado. O relator do processo, o desembargador Ricardo Machado Rabelo, optou pela conciliação para a repactuação do acordo de reparação pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, em 2015.
“Estamos tratando do assunto com o Governo Federal e o governador Zema está vindo para conversamos um pouco da proposta dos dois Estados sobre o tema”, adiantou Renato Casagrande, depois de participar, no Palácio Anchieta, do lançamento da Câmara de Desenvolvimento Sustentável da Cadeia do Leite, organizado pela Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca.
Ao descer do carro, Romeu Zema (camisa branca na foto) foi indagado pelo Blog do Elimar Côrtes se daria entrevista. Ele disse que, por estar atrasado para a agenda com o colega Casagrande, poderia falar após a reunião. Em janeiro deste ano, Casagrande já havia sinalizado que o acordo de Mariana poderia ser assinado ainda no primeiro semestre de 2023. Em janeiro, ele e Romeu Zema levaram o imbróglio à reunião de governadores com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na ocasião, ficou acertado que a coordenação dos pontos que ainda precisam ser acertados ficaria a cargo do ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Tanto Casagrande quanto o governador de Minas Gerais reafirmaram na reunião com Lula que a assinatura do acordo é uma prioridade das gestões estaduais. Em negociação há sete anos, o acordo de reparação pela tragédia do Rio Doce é considerado o maior da história.
O rompimento da barragem da Samarco —uma joint-venture entre outras duas mineradoras, a Vale e a BHP Billiton— aconteceu em 5 de novembro de 2015. Um distrito, o de Bento Rodrigues, foi destruído pela lama, que atingiu o Rio Doce em todo o seu percurso de Minas até a foz, em Regência, em Linhares, Norte capixaba. O litoral do Espírito Santo também foi afetado. Pelo menos 19 pessoas morreram no dia do rompimento da barragem.