O candidato Carlos Manato (PL), que já integrou as fileiras da temível Scuderie Detetive Le Cocq, tem dito nas suas propagandas eleitorais que, caso seja eleito nas eleições de outubro deste ano, vai priorizar a segurança pública. Tem repetido narrativas nada verdadeiras, como a falta de concursos públicos para as polícias capixabas.
O candidato, no entanto, esqueceu de combinar com sua própria família que sua prioridade é a segurança. É que, em três anos e oito meses de mandato como deputada federal, a mulher dele, a médica Soraya Manato (PTB), não enviou ao Espírito Santo nenhum centavo para a segurança pública em verbas provenientes de emendas parlamentares.
A Doutora Soraya, como a deputada e membro da Igreja Maranata se identifica, iniciou seu primeiro mandato em 2019. Naquele ano, ela apresentou diversas emendas parlamentares liberando recursos da União para o Estado que chegariam em 2020. Beneficiou, sobretudo, entidades civis e a área da saúde. Nada para as Polícias Civil e Militar e nem para o Corpo de Bombeiros e sequer para as Guardas Civis Municipais.
Para 2022, todavia, Soraya Manato carimbou na rubrica a liberação de R$ 200 mil para a Escola de Aprendizes de Marinheiro, cujo quartel central fica na Prainha de Vila Velha. Diga-se de passagem que a Marinha não tem a missão institucional de força da segurança pública. Ela integra as Forças Armadas como protetora do território nacional.
De acordo com o Portal de Notícias da Câmara Federal, os R$ 200 mil viriam como ‘Adequação De Organizações Militares – no Estado do Espirito Santo’. Deste total, no entanto, R$ 4.300,00 foram empenhados e nenhum pago.
Apesar da esposa de Carlos Manato – ele, que é médico e empresário e também já foi deputado federal – nunca ter ajudado as forças policiais capixabas com recursos oriundos de emendas parlamentares, entidades de classe ligadas à Polícia Militar e ao Corpo de Bombeiros assinaram documento de apoio à candidatura de Manato ao governo do Estado.
Vale ressaltar que, a pedido dessas mesmas entidades, assim que tomou posse em janeiro de 2019, o governador Renato Casagrande, que é candidato à reeleição, fez o projeto da anistia e salvou mais de 2.200 militares de serem expulso da PM por conta da ‘greve’ ilegal que eles fizeram em fevereiro de 2017.