A presença de militares das Forças Armadas em cargos no Governo Federal divide a opinião dos brasileiros. Levantamento do Instituto Paraná Pesquisas em todo o País mostra que 48,5% discordam e 45,3% não veem problemas na presença de militares em funções civis. Outros 6,2% não opinaram.
Quando perguntados se a presença de militares piora ou melhora a imagem do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a divisão é ainda mais cristalina: 31,6% dizem que piora, enquanto 31,1% responderam que melhora. Outros 31,3% disseram que não altera em nada, e 6% não souberam opinar.
O Instituto Paraná entrevistou 2.020 eleitores em 188 municípios dos 26 Estados e do Distrito Federal, entre 29 de julho e 2 de agosto. Tal amostra representativa do Brasil atinge um grau de confiança de 95,0% para uma margem estimada de erro de aproximadamente 2,0% para os resultados gerais.
Levantamento do Tribunal de Contas da União identificou, até julho deste ano, 6.157 militares da ativa e da reserva em cargos civis no governo de Bolsonaro. O número é mais que o dobro do que havia em 2018, no governo Michel Temer (2.765).
Segundo o Ministério da Defesa, são ao todo 3.029 militares no governo (1.832 do Exército; 688 da Aeronáutica; e 509 da Marinha), a maioria em cargos de natureza militar no Ministério da Defesa e no Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Conforme a pasta, os cargos de natureza civil ocupados por militares são 239.
No pedido do TCU, o ministro Bruno Dantas argumentou que a sociedade deve saber “exatamente quantos militares, ativos e inativos, ocupam atualmente cargos civis, dados os riscos de desvirtuamento das Forças Armadas que isso pode representar”. De acordo com o levantamento, desses 6.157 militares, 2.643 estão em cargos comissionados do governo (43%).