A advogada capixaba Erica Neves protocolou um documento na secção da Ordem dos Advogados do Brasil no Espírito Santo (OAB/ES) pedindo a realização das eleições online na entidade, modelo que já foi adotado nas seccionais da OAB em oito Estados. O pleito vai eleger o próximo presidente e Mesa Diretora para um mandato de três anos, e deve acontecer na segunda quinzena de novembro.
Votação no modo virtual tem sido uma realidade em diversas instituições do Sistema de Justiça, o que facilita a participação do eleitorado, sobretudo, nesse período em que o mundo enfrenta a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), que exige, sobretudo, distanciamento social das pessoas.
Movimento semelhante aconteceu em São Paulo, onde um grupo de 10 advogados também protocolou pedido para que as eleições da seccional paulista da OAB sejam feitas de modo online. Segundo Erica, a alternativa, além de mais viável e inclusiva, pode representar maior economia para a instituição.
“Seria uma eleição conectada aos novos tempos e com mais chances de alcançar toda advocacia. Uma votação online aproximaria a Ordem aos advogados e advogadas do interior do Estado e poderia despertar mais interesse na eleição. É o que defendemos e vamos cobrar por isso”, pontua a advogada.
Recentemente, o Conselho Federal da OAB aprovou a proposta de fazer as eleições online ainda no pleito que acontecerá em novembro de 2021, e reconheceu que a promoção do pleito dessa forma pode gerar uma economia para as seccionais e para o próprio Conselho Federal, uma vez que, por exemplo, as eleições de 2018 para o Conselho Federal custaram cerca de R$ 600 mil.
Com isso, seccionais como as do Distrito Federal, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Tocantins, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte aderiram a essa inovação e vão realizar seus pleitos na forma on-line, com toda a segurança, fazendo com que a advocacia vote de onde quiser, evitando o deslocamento para as sedes de votação.
Erica Neves também defende que a medida pouparia gastos com logística e acabaria com o abuso do poder econômico na instituição.
“Isso evitaria todo o deslocamento com as urnas eletrônicas para os lugares de votação no Estado. Também poderia coibir práticas ilegais recorrentes em eleições, como a ‘boca de urna’ ou o transporte de colegas em dia de votação, práticas estas que sempre trouxeram prejuízo para a democracia e foram extirpadas até mesmo dos pleitos da política secular”, pontua a advogada.