O médico Marcus Sobreira, 69 anos, diretor clínico do Hospital de Presidente Kennedy, elogiou as ações da Secretaria Municipal de Saúde e avaliou que a barreira itinerante, que visita todas as comunidades, indo de casa em casa para verificar possíveis sintomas de contaminação pelo novo coronavirus, está surtindo efeito. Os números absolutos de resultados positivos aumentaram 24,2% na última semana, mas houve um crescimento de 41% no número de curadas no mesmo período.
“O secretário (Jairo Fricks) está comandando bem a pasta da Saúde, e tem o apoio de outros setores, mobilizados pelo prefeito (Dorlei Fontão) para dar suporte ao enfrentamento do vírus. Associado à busca ativa por quem pode estar contaminado, há um trabalho constante de higienização dos lugares públicos e aumentamos a fiscalização do uso de máscaras e de funcionamento do comércio seguindo a protocolos”, disse Sobreira.
Apesar de os resultados estarem se mostrando positivos, o diretor do hospital alertou que ainda não há nada para comemorar:
“A gente fica feliz pelo número de recuperados, mas estamos longe de vencer o problema. Já fizemos 2 mil testes desde que os casos começaram e a prefeitura comprou mais 3 mil testes, que ainda não chegaram. Queremos testar mais, identificar precocemente o vírus e isolar as pessoas para evitar a propagação. Vamos ver para onde o corona está se deslocando e enfrentá-lo”,
NONA MORTE
O último boletim da Secretaria de Saúde, divulgado na sexta (10/07), dá conta de 729 notificações, entre confirmados, em investigação e negativos; 122 em investigação, sendo uma pessoa de outro Estado; 446 confirmados, dos quais nove estão internados em UTI e quatro em enfermarias (38 dessas confirmações são de cidadãos de outros municípios/Estados); 161 foram testados negativos (sendo 17 de outros municípios).
Das 38 pessoas confirmadas com o coronavírus oriundas de outras localidades, 36 se curaram e duas morreram. Na última semana, Presidente Kennedy registrou também a nona morte no universo dos casos confirmados: uma pessoa do sexo masculino, de 44 anos, portadora de comorbidade e moradora da sede. O índice de letalidade é de 2% dos casos confirmados.
Do dia 2 ao dia 10 de julho, segundo os boletins oficiais divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde, o número de pessoas testadas positivo subiu de 359 para 446, o que representa 3,84% da população estimada pelo IBGE em 11.574 moradores. O número de curados em 2 de julho era de 224 pessoas. Mais 92 foram diagnosticadas como curadas em uma semana, totalizando, agora, 316 pessoas, índice de 70,8% de cura, contra 60% da média nacional.
“Implementamos a barreira itinerante, visitando casa por casa e tratando precocemente sempre que possível, mesmo que a prefeitura ainda não esteja com a medicação para distribuir. Creio que quando a medicação chegar, vamos lograr êxito ainda maior. Nossa filosofia é de que não podemos esperar o paciente piorar. Por isso, estamos indo de casa em casa, verificando a temperatura e quaisquer outros sintomas”, explicou o diretor clínico do hospital da cidade, o médico Marcus Sobreira, 69 anos.
Sobreira disse que os testes iniciais não são muito confiáveis, podem dar falso negativo, mas que são um auxílio importante do trabalho preventivo. “Apesar de não confiarmos 100% nos testes, estamos procurando dar o atendimento preventivo e a barreira itinerante, pode sim, estar fazendo a diferença. Quanto mais procura, quanto mais testa, mais casos têm, mas isso é fundamental para iniciar o tratamento o mais cedo possível. O que podemos fazer está sendo feito”, disse Sobreira.
Uma vez encontrados sintomas da Covid-19, com teste ou sem teste, o protocolo em Presidente Kennedy é o isolamento social e o acompanhamento diário não apenas da pessoa, mas de quem teve contato com ela.
Preventivamente, Marcus Sobreira recomenda o uso de doses otimizadas de Zinco e Vitamina D, além de Ivermectina e, em caso de sintomas, de Azitromicina. O município dispõe também da Hidroxicloroquina, mas seu uso é decidido pelo médico que acompanha o paciente testado positivo e sintomático.
“Não se sabe ao certo como prevenir o vírus, mas o que se tem observado, na prática, é que pessoas com bons hábitos nutricionais, que se hidratam bem, fazem atividades físicas, estas têm o sistema imune fortalecido. O Zinco e a Vitamina D ajudam nisso e parece que de alguma maneira o organismo fica mais protegido. E quanto à Ivermectina estamos partindo da experiência da OMS no Norte da África para combater a filariose (uma das causas da elefantíase). E nesses países a incidência da Covid-19 é muito baixa. Parece que há um efeito do medicamento contra o vírus e os efeitos colaterais praticamente inexistem”, disse o médico.
ÁFRICA
Numa busca no site da BBC de Londres, os números da Covid-19 no Continente Africano, conforme acompanhamento feito duas vezes por dia pela Universidade Johns Hopkins (Baltimore, EUA), comprovam o que diz o diretor clínico do hospital de Presidente Kennedy, pelo menos em relação a números. A Etiópia, por exemplo, com 110 milhões de habitantes, tem apenas 7.120 casos e 124 mortes. O índice de mortalidade, conforme o gráfico, é de 0,1.
O primeiro caso no Continente foi verificado dia 24 de janeiro de 2020, na África do Sul, que lidera de forma absoluta o continente com mais de 250 mil casos, dos 320 mil de todo os demais países africanos. Outro dado que chama a atenção é o índice de letalidade, que na África do Sul é de 6,7, enquanto nos países mais pobres são baixíssimos; alguns, zero.
Uganda (35 milhões de habitantes – 1006 casos), Eritreia (5 milhões de habitantes – 232 casos) e Seicheles, este com pouco mais de 96 mil habitantes e apenas 100 casos, não têm um único óbito.