O mês de Julho é dedicado à conscientização sobre as hepatites virais. Com o tema “Saber Salva! Hepatites virais têm cura. Faça o teste”, a Secretaria da Saúde do Estado do Espírito Santo (Sesa) chama atenção para a campanha “Julho Amarelo” e a importância de manter a população informada sobre a doença que causa inflamação no fígado e até câncer.
No Brasil, as hepatites mais comuns são causadas pelo vírus A, B e C. De acordo com os dados parciais do Programa Estadual de Hepatites Virais da Sesa, o Espírito Santo registrou 70 casos da doença no primeiro semestre deste ano, sendo três pelo vírus A, 37 pelo vírus B e 30 pelo vírus C. No mesmo período de 2019, foram notificados 236 casos, sendo cinco de hepatite A, 166 de hepatite B e 65 de hepatite C.
O coordenador do Programa Estadual de Hepatites Virais, o médico infectologista Marcello Leal, ressalta a importância do diagnóstico precoce e de manter a caderneta de vacinação atualizada.
“O diagnóstico, sobretudo precoce, é importante para identificar pessoas que possuem a doença e que não sabem, uma vez que as hepatites virais B e C são doenças silenciosas. Tratar esses pacientes reduz consideravelmente a chance de desenvolvimento de cirrose e câncer de fígado, além de interromper a cadeia de transmissão”, disse.
O teste
É importante estar atentos aos principais sintomas da doença, como febre, dor no corpo, náuseas, vômito, pele e olhos amarelados e urina escura. Após a identificação dos sinais, o paciente deve procurar a Unidades Básicas de Saúde ou Centros de Testagem e Aconselhamento de IST, AIDS e Hepatites para a realização do teste rápido de hepatites B e C.
Marcello Leal explica que na hora do atendimento o profissional da saúde recolhe uma gota de sangue do paciente, deposita em pequena placa e a reação química é realizada. “Após esse processo é feita a leitura do teste e o resultado é liberado em aproximadamente 20 minutos”, descreveu o médico.
Diferença entre as hepatites A, B e C
A hepatite A é feita por meio da ingestão de água e alimentos contaminados por fezes de um indivíduo com a doença. Com isso, a maioria dos casos dessa classificação está associada a condições precárias de saneamento básico.
A vacinação contra a hepatite A foi incluída no calendário de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) em 2014, para crianças de 15 meses a 5 anos incompletos. No Espírito Santo, a maior parte dos casos registrados pela doença é em pessoas com mais de 30 anos.
Já a hepatite B pode ser transmitida por três formas distintas: relação sexual; sangue contaminado; e de mãe para filho durante a gestação ou no momento do parto. Após o contato com o vírus, existe a chance de este permanecer se multiplicando nas células do fígado por mais de seis meses, conhecida como hepatite viral crônica. No Estado, essa doença atinge indivíduos com mais de 30 anos.
No caso da hepatite C, ela é passada por meio de sangue contaminado, sendo que a maioria dos pacientes não possui sintomas. Caso a testagem não seja realizada, a doença só é detectada em estágio avançado, com sinais clínicos de cirrose ou câncer de fígado. Ainda não existe vacinação contra essa classificação da hepatite.
As vacinas para hepatite virais A e B são ofertadas na rotina das salas de vacinação das unidades de saúde dos municípios durante todo o ano.