Consultor de Saúde, professor da Emescam e ex-presidente da Unimed Vitória, o médico Márcio Almeida afirmou que a droga heparina tem obtido resultados positivos no tratamento ao novo coronavírus (Covid 19) em hospitais da rede privada e pública do Espírito Santo.
A revelação foi feita ao Blog do Elimar Côrtes na manhã de sábado (06/06), quando o médico foi consultado sobre o uso da cloroquina, tão defendida pelo presidente Jair Bolsonaro:
“A cloroquina, na verdade, fez muito mal ao Brasil. Sem conhecimento científico, políticos passaram a maior parte do tempo, desde que a pandemia do Covid/19 chegou ao nosso País, discutindo o uso desse medicamento no tratamento ao coronavírus. O Brasil discutiu um assunto periférico e se esqueceu do resto de uma política nacional de combate ao coronavírus que deveria ter sido implementada pela União”, disse Márcio Almeida.
Para o consultor de Saúde, “os estudos que chegam aos médicos não mostram evidências de que a cloroquina é a salvação da lavoura. A droga que a classe médica tem usado para tratar o coronavírus é a heparina, que tem muito mais eficácia”, prosseguiu Mário Almeida.
A heparina é um anticoagulante de uso injetável, que previne a formação de trombos, sendo indicada para o tratamento e prevenção do tromboembolismo venoso e na angina de pré-infarto. A sua administração deve ser realizada por um enfermeiro ou médico, através de uma injeção na pele ou na veia, sendo de uso exclusivamente hospitalar.
De acordo com Márcio Almeida, a heparina é usada em pacientes com trombose, os que estão no grupo de risco e ou que apresentam clínico pulmonar. O remédio está sendo administrado logo no início do contágio pelo coronavírus.
Segundo ele, jovens que possam ter sido contaminados com o coronavírus não necessitam desse medicamento, pois podem ser tratados com paracetamol, dipirona e bastante hidratação.
Questionado sobre o fato de pessoas estarem sempre informando conhecer pacientes que foram recuperados do coronavírus tomando cloriquina, o consultor de Saúde Márcio Almeida explicou:
“Ocorre que há profissionais dando cloriquina a pacientes que, na verdade, não têm nada de grave. São pacientes que iriam ser curados independentemente do remédio. Faço um apelo: o Governo não pode distribuir cloriquina para ninguém. O médico é que deve ou não receitar”.
No mundo todo, mais de 400 mil pessoas morreram de Covid-19, a doença causada pelo coronavírus, até este domingo (08/06), de acordo com balanço da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos. Ainda de acordo com o levantamento, são 7 milhões de infectados em 188 países e territórios.
No Brasil, segundo levantamento exclusivo do Portal de Notícias G1 junto às Secretarias Estaduais de Saúde, são 36.505 mortes até domingo (08/06); e 692.363 casos confirmados.
No Espírito Santo, o número de óbitos provocados pela Covid-19 subiu para 832 e o de casos confirmados para 19.619. Ao todo, 10.535 pacientes se recuperaram da doença. As informações foram divulgadas no domingo, no Painel Covid-19, plataforma digital da Secretaria de Saúde do Estado que mostra as notificações da doença, em tempo real.
De acordo com o consultor de Saúde Márcio Almeida, as pessoas que morrem pelo Covid/19 são, em sua maioria, obesas, cardiopáticas, diabéticas e ou hipertensas. “Por isso, o mais importante ainda é o isolamento social, o uso de máscaras e a higienização muito bem feita”, ensina o médico.
Márcio Almeida explica que, em vez de discutir a polêmica do uso do cloroquina, o Governo brasileiro deveria ter seguido o modelo adotado por Portugal, que adotou providências com antecedência.
Os primeiros casos de Covid-19 foram registrados no dia 2 de março na Europa. Já no dia 15 o governo português fechou as fronteiras com a Espanha e determinou o fechamento das escolas públicas. O decreto que determinou o estado de emergência veio logo a seguir, no dia 18 de março, com restrições de circulação, convívio social e cultos religiosos, interdição de praias, fechamento de atividades não essenciais, determinação de trabalho “home office” nos casos possíveis e novas regras sanitárias aos serviços que permaneceram em atividade.
Márcio Almeida presidiu a Unimed Vitória até fevereiro de 2019, quando nova diretoria foi eleita para administrar esta que uma das maiores operadoras de Plano de Saúde do País para o quadriênio 2019-2023. O atual presidente é o médico Alexandre Ruschi.
Segundo Márcio Almeida, a Unimed Vitória se preparou com antecedência e fez um excelente planejamento para atuar no combate e tratamento ao coronavírus antes mesmo da pandemia chegar ao Brasil:
“A Unimed se preparou com bastante profissionalismo. Comprou equipamentos com antecedência. Preparou uma grande e excelente equipe de profissionais para atender seus pacientes. Em geral, os hospitais do Espírito Santo, sejam privados ou públicos, estão de parabéns”, elogiou Márcio Almeida.
(Foto A Gazeta)