A Operação Replicante entrou nesta terça-feira em sua terceira fase, com uma ação sendo desenvolvida na cidade de Caratinga, em Minas Gerais. A investigação da Replicante, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/Central) do Ministério Público do Estado do Espírito Santo, em conjunto com o Núcleo de Inteligência da Polícia Rodoviária Federal ( NUINT/SRPRF-ES), apura a existência de organização criminosa destinada à prática de fraudes na emissão de Certificados de Registros de Veículos em terras capixabas (CRVs), por inserção de dados e falsificação de documentos perante sistema do Detran/ES.
As investigações revelaram provas de fraudes no registro de veículos em nome de inúmeras pessoas (mais de 400 proprietários – “laranjas”), com utilização de notas fiscais falsas contendo números de chassis correspondentes a veículos exportados ou comercializados ao Exército Brasileiro. O golpe consiste em “esquentar” documentos para registro de veículos irregulares, para obtenção de financiamento junto ao sistema financeiro e para a prática do golpe contra seguradoras.
Pelo menos 895 registros de veículos perante o Detran do Espírito Santo estão sob investigação, com valor estimado de fraude superior a R$ 100 milhões, com potencialidade criminosa múltipla, dentre as quais a de realização de empréstimos bancários com utilização, em garantia, de CRVs fraudados no Espírito Santo.
As fases anteriores da operação contaram com o cumprimento de mandados de busca e apreensão e prisão temporária de despachantes, servidores públicos do Detran/ES, intermediários e demandantes das fraudes e resultaram no oferecimento de denúncia criminal em face de sete pessoas (1.º núcleo da organização criminosa), perante a 3.ª Vara Criminal de Vila Velha.
As análises de dados do material apreendido em poder dos demais investigados estão sendo realizadas e as investigações prosseguem na identificação de outros possíveis integrantes da organização criminosa.
Esta terceira fase da Operação Replicante está direcionada ao cumprimento de mandado de busca e apreensão domiciliar expedido pelo Juízo 3.ª Vara Criminal de Vila Velha, efetivado na manhã desta terça-feira pela Polícia Rodoviária Federal, em face de investigado residente na cidade de Caratinga-MG, identificado como possível demandante das fraudes (núcleo de pessoas que utilizam nome de terceiros e documentos falsos destinados à realização das fraudes).
A apuração dos fatos seguirá com a análise dos documentos apreendidos, de mídias e de dispositivos móveis, bem como oitiva de pessoas.