Depois do desafio que lançou, ao oferecer R$ 10 mil para quem matar os assassinos de uma operadora de Telemarketing, o deputado estadual Capitão Assumção (PSL) gira agora sua “metralhadora” para os pichadores que agem na Grande Vitória. Em discurso proferido na sessão de terça-feira (22/10) à tarde no Plenário da Assembleia Legislativa, o oficial da Reserva Remunerada da Polícias Militar do Espírito Santo conclamou os guardas municipais a darem “pau na moleira!” de pichadores.
O alvo de Assumção, no entanto, é Vitória, onde ele é possível pré-candidato a prefeito nas eleições de 2020. Segundo o deputado, a capital capixaba está “abandonada”, o que faz os pichadores agirem com liberdade e em plena luz do dia:
“Os pichadores estão cada vez mais ousados! Agora, agem em plena luz do dia na ‘abandonada’ capital do Espírito Santo. Uma cidade com monumentos históricos e comércios pichados”.
Entretanto, para coibir a ação dos pichadores, o deputado Capitão Assumção defende que a Guarda Municipal deve atuar mais enérgica:
“É tolerância zero com os pichadores. Se a Guarda Municipal quiser vir falar comigo, tenho uma sugestão para lidar com esses bandidos: é pau na moleira!”.
O deputado vai além. Em discurso, Assumção ensina os agentes municipais a agredirem – ele usa o termo “carinho”, que, na linguagem policial, é agressão – pichadores quando surpreenderem alguém em flagrante.
“Procure um local onde não tenha câmera de videomonitoramento de comércio ou até da própria Prefeitura e ali ‘faça um carinho’ no vagabundo. Tem que ser longe das câmeras porque hoje em dia, o que mais tem é gente com celular na mão para filmar”, orientou o parlamentar.
Capitão Assumção afirma que o pichador é uma pessoa que não recebeu educação para conviver em sociedade. “Pichador é bandido e tem que ser tratado como tal”, concluiu seu pronunciamento o deputado.
Também em discurso na Assembleia Legislativa, no dia 11 de setembro deste ano, Capitão Assumção disse que daria R$ 10 mil para quem matar “o vagabundo” que assassinou a operadora de Telemarketing Maiara de Oliveira Freitas, 26 anos, na madrugada daquele dia, no bairro Antônio Ferreira Borges, em Cariacica. A moça foi morta tiros na frente da filha de 4 anos.
“Quero ver quem vai correr atrás para prender esse vagabundo. Eu tiro R$ 10 mil do meu bolso para quem mandar matar esse vagabundo. Isso não merece ficar vivo. Eu tiro R$ 10 mil do meu bolso para quem matar esse vagabundo. Não vale dizer onde está localizado, tem que entregar o cara morto, aí eu pago. Essa desgraça não pode ficar vivo”, afirmou o Assumção na época.
Maiara foi morta a tiros porque testemunhou, um em 2018, o assassinato de seu namorado. Teve que ir embora do Estado. Retornou e, ao ser descoberta pelos traficantes que executaram seu namorado, acabou também sendo morta. A Polícia Civil ainda não elucidou a morte de Maiara. Os assassinos estão soltos.