O deputado federal David Miranda (PSol-RJ), que é casado com o jornalista americano e ativista político Glenn Greenwald, teria feito movimentações financeiras atípicas acima de R$ 2,5 milhões. É o que aponta relatório do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) enviado ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. As “movimentações atípicas” na conta bancária de David Miranda teriam sido realizada entre 2 de abril de 2018 e 28 de março de 2019. As informações são do O Globo.
O documento foi enviado pelo Coaf dois dias depois de o The Intercept Brasil, que pertence ao marido do deputado David Miranda, começar a divulgar, de modo criminoso, supostas mensagens trocadas entre procuradores da Lava Jato, como Deltan Dallagnol, e o ex-juiz federal Sergio Moro, hoje ministro da Justiça e da Segurança Pública.
Com base do documento, o Ministério Público do Rio instaurou uma investigação para apurar as movimentações feitas por David Miranda. No entanto, na terça-feira (10/09), a 16ª Vara da Fazenda Pública do Rio de Janeiro barrou a tentativa do MP de quebrar o sigilo fiscal e bancário do deputado federal. Em despacho, o juiz pede que o deputado e outras quatro pessoas sejam ouvidos antes.
Ao O Globo, David Miranda afirmou, por meio da assessoria, que o cargo de deputado não é a única fonte de renda e, portanto, “as movimentações são compatíveis com sua renda familiar”. O parlamentar recebe R$ 33,7 mil de salário, de acordo com informações da Câmara Federal.
David Miranda garantiu que depósitos fracionados detectados pelo Coaf vêm de uma empresa de turismo da qual é sócio com Glenn Greenwal. O deputado, porém, não informou os serviços prestados pela companhia e disse que os demais esclarecimentos serão prestados no Judiciário.
David Miranda era suplente de deputado federal. Assumiu a caga de seu amigo, Jean Wyllys de Matos Santos, que abdicou do mandato para ir embora para a Europa, sob a alegação de que estaria sendo ameaçado no Brasil.