O Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas e Corrupção (Nuroc) da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) promoveu, na sexta-feira (28/06), por meio da Subgerência de Combate à Lavagem de Dinheiro, o primeiro evento de um ciclo de palestras previsto para autoridades ligadas ao combate à criminalidade do Espírito Santo. O evento aconteceu no auditório do Tribunal de Contas do Estado, na Enseada do Suá, em Vitória.
O primeiro tema escolhido foi Inteligência Financeira. O convidado para explanar o assunto foi o auditor federal e analista do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) Henrique Eglem, que falou sobre sistemas, métodos, identificação de risco, padrões e rotinas do órgão federal.
O delegado Alexandre Falcão, chefe da Subgerência de Combate à Lavagem de Dinheiro do Nuroc, e promotor do evento, explicou, durante a cerimônia de abertura, que o ciclo de palestras e debates foi incentivado pelo secretário de Estado da Segurança Pública, Roberto Sá, e tem como objetivo qualificar ainda mais o trabalho da instituição.
“Fomos desafiados pelo secretário Roberto Sá a realizarmos projetos para aprimorar ainda mais o trabalho investigativo do Nuroc, com objetivo somar forças com os trabalhos realizados pela Polícia Civil e outras instituições parceiras. Uma das ferramentas que auxiliam a condução desse tipo de trabalho investigativo é o relatório produzido pelo Coaf, que nos últimos meses tem chamado tanta atenção. Diante disso, convidamos um representante deles para palestrar”, afirmou o delegado.
Roberto Sá ressaltou o apreço que possui pela evolução dos modos de investigação e demonstrou todo o apoio necessário para que aconteçam mais eventos e qualificações das autoridades capixabas.
“O crime evoluiu, seja do ponto de vista de uma organização criminosa violenta, seja do ponto de vista de arquitetura financeira do crime. Está mais elaborado e todos nós temos uma tarefa difícil de não só identificar esses autores e definir materialidade, mas preponderantemente quebrar a estrutura financeira. Assim que cheguei, conversei muito com nossa área de inteligência e dei todo o apoio no sentido de fazermos intercâmbios com outros órgãos”, destacou o secretário.
O delegado titular do Nuroc, Raphael Ramos, disse estar feliz por ver o trabalho de investigação de instituições públicas evoluir no Brasil e afirmou que o Coaf é um exemplo de resultados.
“As instituições voltadas ao controle criminal historicamente foram tratadas como cães raivosos. Faço esse paralelo com os colegas sempre. Era atribuída a missão de manter a ordem. Mas quando ele mordia a mão de quem o conduzia, um mau gestor, esse cão era relegado a passar fome, agredido e abandonado. Fico feliz de ver que hoje iniciativas operacionais que em outras décadas e cenários poderiam ser vistas como ousadias, se tornaram rotinas naturais. E sem dúvida temos o Coaf como exemplo desse processo”, ressaltou o delegado.
O convidado do Coaf, auditor federal e analista do órgão, Henrique Eglem, agradeceu a oportunidade de falar sobre o tema no Espírito Santo. “Esse tipo de evento só agrega e estamos sempre à disposição para auxiliar e transmitir a nossa prática. Foi uma oportunidade excelente e temos que parabenizar o Nuroc por organizar esse debate”, disse.