Na campanha eleitoral de 2018, o então candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, jamais falou da reforma da Previdência. Nem ele e nem seus pentelhos filhotes. Hoje, na Presidência, a reforma da Previdência é missão número um do Capitão.
A imprensa abraça mudanças profundas na Previdência porque elas interessam ao sistema financeiro internacional, que patrocina a mídia mundial. Uma vez debilitada a Previdência estatal, bancos sairão ganhando com a Previdência privada. Bancos e grandes veículos de comunicação estarão sempre unidos.
Os bolsonaristas são tão fiéis ao seu líder que, mesmo aqueles que poderão ser prejudicados com a reforma da Previdência – como os militares estaduais e outros operadores da segurança pública –, se calam nas redes sociais. Fiéis ao Presidente, raras são as entidades de classe dos operadores da segurança pública que se pronunciam.
Hoje, parte da mídia cobra de Bolsonaro porque ele não falou da reforma da Previdência durante a campanha. Bolsonaro só falou do tema após ter sido eleito. Respondo eu: culpa dos próprios jornalistas, que, em vez de questionar (quando tinham chance, porque Bolsonaro deixou de ir a debates por conta do atentado que sofreu) o candidato do PSL sobre o assunto, preferiram perguntar a Bolsonaro sobre os motivos pelos quais ele não “gosta de gays”, ou porque “defende a morte de bandidos” ou porque “achava que mulheres deveriam ganhar menos do que os homens no trabalho”. Temas periféricos e pequenos para se abordar com um candidato a Presidente da República.
Falta de assunto da imprensa deu no que deu. Muitos bolsonaristas votaram nele sem saber direito o que o Capitão iria fazer depois de colocar a caneta Bic na mão. Achavam que simples discursos de “maior poder para policiais”, “morte de bandidos” ou “armas para a população” iriam salvar a Pátria.
Não, não salvam.