O major-médico Gláucio Benincá Coelho foi encontrado morto, na manhã deste domingo (24/02), em seu sítio, em Domingos Martins, Região Serrana do Espírito Santo. Em princípio, Gláucio Coelho, que era médico-ortopedista e estava na Reserva Remunerada, teria sofrido um infarto. Ele passava o final de semana no sítio com a esposa e a família.
No entanto, a Polícia Civil encontra-se no local, onde já iniciou investigações, porque foram encontradas marcas de arranhões no corpo de Gláucio. O major Gláucio teria caído de uma árvore.
A família de Gláucio, que estava com ele no sítio, acionou a Polícia Militar. Os policiais, quando chegaram ao local, decidiram manter o isolamento da área por causa das hipóteses levantadas para a morte do oficial, até a chegada da Perícia Criminal. O corpo será levado ao Departamento Médico Legal (DML), para uma necropsia.
O doutor Gláucio Coelho foi mais uma das vítimas da perseguição do governo Paulo Hartung e dos então comandantes-gerais da PM, coronéis Nylton Rodrigues e Alexandre Ramalho. Por conta da perseguição, ele acabou pedindo baixa e foi para a Reserva Remunerada.
Gláucio Coelho era major com proventos de tenente-coronel. Ele havia sido indicado pela Comissão de Promoção para promoção ao posto de Tenente-Coronel antes da crise de fevereiro de 2017, quando houve o aquartelamento dos militares. Como não foi promovido, Gláucio Coelho ficou bastante chateado.
Ele juntou o seu tempo no serviço privado e foi para a Reserva Remunerada para ajuizar uma ação para ser promovido por ressarcimento de preterição. Pela lei atual da Promoção de Oficiais, criada por Nylton Rodrigues, Ramalho e o ex-governador Hartung como forma de retaliação por causa do movimento de fevereiro de 2017, as promoções de oficiais passaram a obedecer critérios subjetivos e somente eram promovidos quem o govenador Paulo Hartung queria.
A Associação dos Oficiais Militares Estaduais do Espírito Santo (Assomes/Clube dos Oficiais) e o Comando Geral da PM estão acompanhando todo o desenrolar do caso da morte do major-médico Gláucio.
A Assomes e o Comando lamentam a morte do militar, que sempre foi um oficial-médico humanista e que procurava a ajudar qualquer pessoa que necessitava de seus serviços no Hospital da Polícia Militar (HPM), independente de ser militar ou não:
“Perdemos um grande profissional, amigo e um coração gigante. Perdemos uma pessoa muito especial, tinha o dom da medicina humanitária, atendia a todos, com condições e sem condições financeiras. Dia muito triste para todos nós”, lamentou o 1º vice-presidente da Assomes, tenente-coronel Roger de Oliveira Almeida.