O agente de Polícia Civil Anderson Vieira Amorim vem se notabilizando na luta por melhorias do sistema de segurança pública brasileiro. Atual presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Santa Catarina (Sinpol/SC), ele é Técnico em Processamento de Dados, graduado em Segurança Pública e especializado em Inteligência Criminal.
Anderson Amorim é ainda vice-presidente Federação interestadual dos Policiais Civis da Região Sul (Feipol Sul) e da Confederação Brasileira dos Policiais Civis (Cobrapol) e diretor da Organização Internacional de Polícia (OIP). Na Cobrapol, ele forma uma importante parceria com o presidente do Sindicato dos Servidores Policiais Civis do Espírito Santo (Sindipol/ES), Jorge Emílio Leal.
Atualmente, o agente de Polícia Anderson Amorim é conselheiro da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), órgão ligado ao Ministério da Justiça, como representante dos policiais civis de todo o País. Ele é conselheiro Nacional do Senasp desde 2014.
Blog do Elimar Côrtes – Qual o seu papel no Conselho do Senasp?
Anderson Vieira Amorim – Como conselheiro Nacional de Segurança Pública, auxiliamos nas políticas de Segurança Pública junto ao Secretário Nacional e ao Ministro da Justiça
– O que faz esse Conselho?
– O Conselho foi constituído para auxiliar na formulação das políticas de Segurança Pública e demais temas de interesses da sociedade referentes ao tema.
– Quando foi a última reunião do Conselho?
– Foi em fevereiro de 2017
– Qual a sua avaliação da atual direção do Senasp no que diz respeito a não realização de mais reuniões?
– Infelizmente não tivemos nenhuma reunião com a atual gestão e nem temos perspectivas de realização, o que é muito triste. A falta de reuniões demonstra o descaso do Governo Federal com a segurança pública nos entes federados.
–Como dirigente do Sinpol de Santa Catarina e da Cobrapol, quais são hoje as grandes lutas dos Policiais Civis brasileiros?
– Padronização das Polícias Civis em todo Brasil, garantia dos nossos direitos salariais e previdenciários, Carreira com Entrada Única, Policiais Completos aos moldes da Polícia Rodoviária Federal (modelo de Polícia Mundial e funcional).
– Para o senhor, os problemas enfrentados pelos policiais em seu Estado são também os mesmos em todo o Brasil?
Basicamente sim, embora sejamos um Estado privilegiado, mas os problemas são padronizados em maiores ou menores graus.
– Por que o Estado brasileiro não tem uma política eficiente de segurança pública?
–Porque não tem interesse em formular uma política de Estado. O máximo que os gestores fazem é uma política de governo, vide o atual cenário e o descaso com o qual temos sido tratados em níveis Federal e Estaduais.
– O seu Estado já adotou o chamado TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) por parte da Polícia Militar. Em que esse modelo ajuda ou atrapalha o Sistema de Justiça Criminal?
– Adotou o TCO desde 2007. Falta evoluir muito, pois alguns casos ainda são levados depois para as Delegacias de Polícia para diligências complementares, o que acreditamos que será aperfeiçoado ao longo do tempo.
Se o Ciclo Completo fosse verdadeiramente completo, só teria a auxiliar à sociedade pagadora de impostos, pois o cidadão é o maior prejudicado quando não tem seus interesses atendidos.
– Para a Polícia Civil, o modelo está ajudando?
– O modelo atual está falido há pelo menos uns 20 anos. Precisamos nos adequar aos modelos mais modernos e mundiais, temos muito que evoluir, pois, nós cidadãos pagadores de impostos, sobrecarregados, merecemos respeito aos nossos direitos.