O cabo PM Carlos Alberto Evangelista, principal acusado de matar com um tiro de pistola ponto 40 na cabeça o inspetor penitenciário Giovani Endlich Costa (foto), de 35 anos, na madrugada deste sábado (05/08), no bairro Alecrim, em Vila Velha, se apresentou na Corregedoria Geral da Polícia Militar no final da tarde. Giovani dirigia seu veículo, um Siena, quando foi baleado. Com o tiro, ele acabou batendo com o carro em um poste.
O cabo Evangelista, lotado na 5ª Companhia do 4º Batalhão da PM (Vila Velha), teria matado o inspetor penitenciário a mando de um comerciante, dono de um bar – Bar do Celinho – onde Giovani estava tomando cerveja com amigos. Evangelista se apresentou à Corregedoria Geral da Polícia Militar no final da tarde deste sábado e vai ser levado à Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), para ser autuado em flagrante e, depois, encaminhado à carceragem da PM.
De acordo com a própria PM, o inspetor penitenciário Giovani deixou um copo cair no chão e o “segurança” achou ruim e o abordou com truculência. Giovani nem reagiu e ainda tentou apertar a mão do segurança. No entanto, o empregado do Bar do Celinho deu as costas. Os amigos de Giovani já tinham ido embora antes da suposta confusão.
Giovani foi embora em seu carro e acabou sendo perseguido pelo assassino, que o matou numa emboscada. De acordo com a Polícia Militar, o dono foi ao local do crime e colocou seu caminhão Volkswagen branco na frente do Siena do inspetor penitenciário, para isolar a área e permitir que outras pessoas pudessem mexer no corpo e no carro, com o objetivo de alterar a cena, dificultando, assim, os trabalhos da Perícia Criminal da Polícia Civil. Ouvido no local do crime por investigadores da DHPP, o dono do bar ainda sugeriu que Giovani teria cometido suicídio.
Ainda de acordo com a PM, os primeiros policiais a chegarem ao local do crime teriam sido PMs da viatura do tipo Spin, número 3889. Esses policiais teriam também ajudado o dono do Bar do Celinho a alterar o local do crime. Essa acusação já está sendo investigada pela DHPP e pela Corregedoria da PM.
Segundo colegas da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), onde Giovani era lotado, o inspetor penitenciário era uma pessoa boa, que não tinha envolvimento com atividades ilícitas. Giovani era solteiro, não tinha filhos e morava com os pais, no bairro Vila Garrido, em Vila Velha. Ele trabalhava no Centro de Triagem de Viana (CTV) e era instrutor de tiro da Escola Penitenciária.
Em nota à imprensa, a Polícia Civil informa que a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa já está investigando a morte do inspetor Giovani. “Equipes estão em diligência e testemunhas estão sendo ouvidas. A Polícia Civil não vai adiantar demais informações para não atrapalhar as investigações. A suspeita de participação de um policial militar está sendo apurada pela Corregedoria da PM”, diz a nota.
O cabo Evangelista estava se preparando para participar do próximo Curso de Habilitação para Sargentos da PMES. Ele foi incorporado na Polícia Militar no dia 6 de julho de 1987.