A Associação de Delegados da Polícia Federal (ADPF) mostrou preocupação com o teor do áudio de uma conversa do ministro do Planejamento, Romero Jucá, com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Para a ADPF, pareceu haver um “pacto no governo” para deter as investigações da Operação Lava Jato.
Em nota, a associação, diz que já havia alertado para tentativas de interferências na investigação. Como vacina para tais condutas, sugere a autonomia orçamentária, administrativa e funcional da Polícia Federal. Em nota, a associação afirma também que enviará a Michel Temer, no dia 01 de junho, uma relação com três nomes, fruto de uma eleição interna, para influenciar o presidente interino na escolha do próximo diretor-geral da PF.
Na nota, a ADPF diz que, para proteger a Lava Jato e a atuação da PF no combate à corrupção, a associação reforça que “é fundamental a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 412/2009, em tramitação no Congresso Nacional, que estabelece a autonomia para a Polícia Federal. A PEC 412 prevê a autonomia orçamentária, administrativa e funcional da PF, pontos fundamentais para que a polícia continue a atuar de forma republicana e firme no combate ao crime organizado.”
Para a ADPF, é preciso que o diretor-geral tenha mandato de três anos, com possibilidade de uma recondução. A votação nos nomes que integrarão a lista acontece em 30 de maio.
Embora o peemedebista Romero Jucá tenha anunciado, em meio ao escândalo de que teria sugerido conter a “sangria” da Lava Jato, que pediria licença do cargo de ministro do Planejamento, o Diário Oficial da União desta terça-feira (24/05) publica a exoneração do auxiliar de Michel Temer. A demissão foi registrada como “a pedido”, expediente frequente para evitar maiores desgastes a políticos que têm de deixar o Executivo.