O agente federal Mário Henrique de Almeida Mattos foi morto com tiro de fuzil na madrugada deste sábado (16/05) durante uma operação da Polícia Federal na cidade de Sinop, em Mato Grosso. Os agentes da região receberam uma denúncia do roubo de um avião particular em uma fazenda. Os ladrões usariam a aeronave para o tráfico de drogas. Ao chegar ao local, houve troca de tiros Mário Henrique, que já foi policial militar em Brasília, foi atingido no tórax. Ele chegou a ser levado a um hospital da cidade, mas morreu.
Segundo um agente da delegacia da PF em Sinop, cidade a 503 quilômetros de Cuiabá, os bandidos que tentaram roubar o avião ainda estão foragidos. As polícias Civil e Militar ajudam na busca –– uma equipe do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal do Distrito Federal também seguiu para lá. O corpo de Mário Mattos saiu neste sábado de Sinop, a bordo de um avião da Coordenação de Aviação Operacional da PF, e chegou a Brasília.
Em sua página na internet, a Federação Nacional de Policiais Federais (Fenapef) informa que o agente federal Mário Henrique foi assassinado “em operação mal planejada, por conta da absurda estrutura de investigação e operação atualmente gerenciada por servidores burocráticos, sem perfil ou experiência operacional ou tática.”
Segundo a Fenapef, “o experiente agente federal Mário Henrique, também conhecido como ‘Bavop 45’ enquanto policial militar do Distrito Federal, foi alvejado por um tiro de fuzil enquanto sua equipe cumpria operação para prender uma quadrilha conhecida por roubar aviões de pequeno porte em Mato Grosso.”
Informações preliminares apontam que os policiais desconheciam detalhes dos criminosos e planejaram sua estratégia de abordagem com base em informações não aprofundadas. “Infelizmente, a atual gestão da Polícia Federal, monopolizada por servidores burocráticos, não permite que agentes federais experientes ocupem cargos de coordenação operacional, o que impede a efetiva integração profissional entre setores de inteligência e operacionais”, diz a nota da Fenapef.
“Existem indícios de que os agentes federais estavam sem coletes balísticos, portavam apenas metralhadoras e pistolas, e não possuíam informações relevantes sobre o histórico já registrado de ações violentas e organizadas dos alvos da operação. Meliantes conhecidos por ações bem orquestradas portando armamento de uso exclusivo das Forças Armadas”, prossegue a nota.
“A Fenapef e seu Conselho de Representantes, em nome de todos os policiais federais, externa suas condolências, solidariza-se ao sofrimento da família deste bravo policial e entrará em contato com os familiares para o suporte nesse momento tão difícil”,assina a nota o presidente da entidade,
Jones Borges Leal.
Segundo ele, nos próximos dias vai ser expedida uma portaria que criará uma auditoria para acidentes de serviço dos policiais federais, “como forma de analisar o contexto profissional dos incidentes que afetam os servidores, atuar energicamente para punir os péssimos gestores responsáveis e prevenir mais vítimas desta péssima estrutura de planejamento existente na Polícia Federal.”