O ex-governador Renato Casagrande saiu em defesa de sua gestão, novamente, depois que a secretária de Estado da Fazenda, Ana Paula Vescovi, apresentou a situação fiscal do Espírito Santo, a partir da divulgação do Relatório de Gestão Fiscal de 2014. Entre os dados, estão R$ 296 milhões em despesas executadas sem previsão orçamentária. Isso significa que, para essas despesas, não houve aprovação da Assembleia Legislativa, segundo informa a secretária.
Casagrande, entretanto, reagiu em sua página no facebook e lamentou, inclusive, o fato de o atual governador, Paulo Hartung, ter promovido cortes em vários setores da Administração Pública justificar “o caos” e a falta de dinheiro:
“Deixamos mais de 2,4 bilhões de reais em caixa para o atual governo. Desses recursos, R$ 700 milhões estão completamente livres. Mesmo assim, eles insistem em manipular números, cortar orçamentos e dizer que herdaram de nós um déficit nas contas.”
“Em dados publicados pela atual Secretaria Estadual da Fazenda, o que deixamos em caixa em 2014 é de 25,06% da receita corrente líquida. O governo anterior, em 2010, deixou em caixa 27%. É uma diferença mínima – mas hoje temos mais policiais nas ruas, um grande hospital inaugurado, telefonia em comunidades antes isoladas, entre outros. Não faz sentido acumular dinheiro em caixa enquanto a população precisa de hospitais, policiamento, estradas, educação. Fizemos investimentos responsáveis e equilibrados.”
“É preciso dizer que governamos em época de dificuldade, em que o mundo enfrentava uma crise e o nosso País apresentava crescimento pífio. E o Espírito Santo conseguiu manter equilíbrio, crescer e realizar os maiores investimentos de sua história. Enfrentamos as chuvas, o fim do Fundap; pagamos 1 bilhão de reais em precatórios que já deveriam ter sido pagos; começamos a pagar o PASEP aos funcionários do Estado, que não tinham acesso a esse direito. Completamos, pela primeira vez, o quadro da PM capixaba. Construímos estradas, fizemos o papel de Estado: prestar serviço à população. Tudo isso sem jamais perder o controle e o equilíbrio fiscal.”
Renato Casagrande garante: “Mentira tem pernas curtas”
Renato Casagrande disse mais: “Na campanha eleitoral, prometeram gerar oportunidades para todos os capixabas. Na prática, promoveram um corte radical de recursos para as áreas sociais.
Na campanha, nos acusaram de manter uma equipe mais política do que técnica. Na prática, lotearam o Governo entre os partidos, para garantir apoio na Assembleia.
Na campanha, disseram que a educação seria prioridade. Na prática, cortaram investimentos nas escolas, além de benefícios e condições paraa qualificação dos professores.
Na campanha, anunciaram a intenção de trabalhar junto com as prefeituras. Na prática, estão desmontando os mecanismos estaduais de transferência de recursos e o Fundo Cidades.
Na campanha, insistiram na mentira de que o Espírito Santo havia perdido vigor econômico e o controle das contas públicas. Na prática, temos um estado equilibrado, que cresce muito acima da média nacional, como atestam diferentes institutos de pesquisas econômicas e todos os analistas isentos que avaliaram as finanças estaduais.
Um mês de gestão já se foi, e tudo que o novo Governo do Estado fez foi repetir o velho discurso do caos. É a tentativa de desconstruir o trabalho realizado nos últimos quatro anos e, ao mesmo tempo, preparar desculpas para o descumprimento das promessas eleitorais.”