Os policiais capixabas não tiveram um bom resultado nas urnas. Com um discurso marcado pela valorização do policial (corporativista) e pelo conservadorismo, os novos candidatos a deputados federais e estaduais da categoria não foram eleitos para o próximo ano.
Os únicos parlamentares para 2015 que já tiveram conexão com a instituição são os deputados reeleitos Da Vitória (PDT), Gilsinho Lopes (PR) e Euclério Sampaio (PDT). Apesar de já terem tido atuação na polícia, hoje eles não têm grande representatividade nessa categoria. Apenas Gilsinho ainda tem ligação com os policias e continuamente apresenta projetos ligados à segurança.
Existia uma grande expectativa em torno dos candidatos a deputado federal Capitão Assumção (PRB), cabo Flávio Gava (PR) e Coronel Ronalt Willian (PR). Assumção teve mais de 36 mil votos, mas não conseguiu se eleger; já Gava e Willian passaram longe de conquistar o eleitor: receberam, respectivamente, 6.988 e 4.493 votos.
Capitão Assumção, ex-deputado federal, fez várias aparições na mídia e teve destaque durante as manifestações dos bombeiros no final do ano passado. Esperava-se também que Gava conquistasse os votos da categoria, já que é presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. Já o coronel Ronalt Willian, ex comandante geral da PM, tem um forte e polêmico discurso de endurecimento da atuação da policia. Apesar da popularidade entre a categoria, nenhum deles decolou.
Para os muito candidatos que abordaram em suas candidaturas temas como a redução da maioridade penal, a valorização da polícia e o endurecimento das leis penais, era esperado aproximadamente 150 mil votos vindos da categoria. Mas, devido ao grande número de postulantes ao pleito, os votos foram divididos e ninguém conseguiu o bastante para a eleição.
Essa derrota da categoria nas urnas pode ser explicada pela imagem negativa da instituição policial, com várias denuncias de truculência e abuso de poder, e o grande número de candidatos, que pulverizaram os votos.
O discurso policial tradicional e conservador, e a imagem desgastada da instituição, não conquistam a população, sinal de a humanização como caminho para a segurança pública ganha espaço.
Fonte: Século Diário